Nascido em Paris/França, mas radicado no Rio de Janeiro desde os anos 90, Bruno Castaing é artista visual e depois de 30 anos atuando preferencialmente com a fotografia, passou a se dedicar à pintura, atraído por sua força autoral, calcada pelo processo manual e artesanal únicos, pela alquimia e magia do uso das tintas.
Em Paris, Bruno estudou artes visuais na Ecole Française Privée d’Enseignement Technique (EFET).
No último sábado, 2 de novembro, o artista plástico abriu a exposição Cores do Sagrado, com pinturas repletas de cores e movimentos, fruto da produção mais recente do artista, na Galeria Dobra, no 2º andar da Fábrica Bhering.
A exposição poderá ser visitada até o dia 15/11 e, nos dias 8, 9 e 10/11, as obras poderão ser visitadas durante a Feira de Arte Aberto, no Circuito Interno Bhering, na Rua Orestes, 28 — Santo Cristo–RJ.
Agora, nesta entrevista exclusiva, Bruno apresenta um pouco mais sobre a exposição e muito mais.
Victor Hugo Cavalcante: Primeiro, é um prazer recebê-lo no Jornal Folk. Após tantas décadas dedicadas à fotografia, o que reacendeu em você o desejo de explorar a pintura e, como esse processo artesanal das tintas resgatou algo essencial em sua trajetória artística?
Bruno Castaing: Foi uma volta às origens, já que já tinha provado o gosto das tintas quando jovem, com o desencanto com os rumos atuais da fotografia.
Victor Hugo Cavalcante: A exposição Cores do Sagrado explora os laços entre o sagrado e as representações míticas. Como você enxerga essa conexão em suas pinturas e de que forma essas figuras simbólicas dialogam com o público?
As imagens míticas que pinto são uma homenagem às bases da nossa cultura ocidental e da nossa essência como homens ou deuses.
Victor Hugo Cavalcante: A figura feminina é uma presença constante nas obras da exposição Cores do Sagrado, representada com elementos que evocam o místico e o atemporal. O que inspira essa recorrência feminina e como essa representação dialoga com a força e a sensibilidade que você visa transmitir em suas pinturas?
O feminino é o que colore o mundo, o sagrado.
Victor Hugo Cavalcante: Seu olhar artístico é profundamente influenciado pela fotografia, especialmente em relação aos enquadramentos e movimentos formais. Tendo a fotografia como grande influência no seu olhar artístico, como essa experiência impacta sua abordagem na pintura?
A pintura caminha frequentemente com a fotografia e manteve o prazer da alquimia que se perdeu na fotografia.
Victor Hugo Cavalcante: A alquimia e a magia do uso das tintas são elementos que o atraem profundamente. Pode nos contar mais sobre o seu processo criativo e como você vê a manualidade e o trabalho artesanal na construção de cada obra?
Sou um artista manual, um artesão que precisa colocar as mãos na massa no processo criativo, gerando um resultado único.
Victor Hugo Cavalcante: Sendo um artista nascido em Paris, mas vivendo no Rio de Janeiro há décadas, como você percebe que a cultura brasileira impactou sua arte?
O Brasil ainda carrega uma espiritualidade bruta que infelizmente se perdeu na França.