Fruto de reflexões pandêmicas, a mais nova canção apresentada pelo cantor, compositor e produtor musical Zé Nigro fala sobre conexões e cuidado.
Os dois pilares temáticos são entrelaçados pelo artista, que nesse segundo single lançado (culminará na chegada de seu novo disco autoral Silêncio, em outubro) clama:
“Flecha mostra a direção, deixa o vento te levar”.
Ao lado do musicista e compositor paraense Saulo Duarte, Zé Nigro mergulha na sua gaveta de composições para apresentar Trincheira, nas plataformas de streaming de áudio pelo selo estadunidense Nublu Records.
“Sinto que com o primeiro single, Gorjeios, estava falando sobre a valorização da natureza e a urgência que o desmatamento e as ‘nuvens vermelhas’ pedem. Já em Trincheira estamos versando sobre o acalento que chega por sinais que a natureza nos sugere”, explica o músico.
O segundo single chega como um manifesto, que abraça também as parcerias que o fortalecem nesta batalha diária que implica viver em uma metrópole.
Assim como o primeiro single Gorjeios, lançado em julho em parceria com o maestro Arthur Verocai (assista a um minidocumentário sobre o single pelo YouTube), a nova faixa também foi composta durante a pandemia, em 2020.
“Quando compus Trincheira já vim com a passagem ‘se proteger, se defender’ e mandei logo para o Saulo, para construirmos juntos a canção”, lembra Nigro, que nutre uma parceria com Duarte há anos, antes mesmo da sua primeira colaboração, com a faixa Flor do Futuro, de seu disco de estreia, Apocalip Se (2021).
Juntos, Zé Nigro e Saulo Duarte elevaram as reflexões que estavam muito latentes durante o isolamento social para esta canção dançante e mântrica pelo ritmo, coros e riffs.
O single, na verdade, surgiu como um reggae:
“Sempre curti os reggaes do Saulo, ele tem isso em seu DNA e achei que ele acharia a poesia a partir do Se Defender, se Proteger. E assim ele o fez, e arrasou quando veio com essa imagem da flecha e da seta, eu adorei essa perspectiva”, afirma Nigro.
Foi na fase de produção que Trincheira seguiu para uma levada mais dançante, com um baixo synth profundo e sintetizadores, uma textura mais misteriosa, “como se fosse nas entranhas da mata”, como aponta Nigro.
Os talentos que colaboram na versão que chega agora ao público trazem também o guitarrista Dustan Gallas, o baterista Samuel Fraga, Edy Trombone, o saxofonista Fernando Bastos e os backing vocals de Fernanda Broggi.
Juntos, os artistas colocam à prova o mote da canção, que aponta as parcerias ao longo do caminho como luz que guia Zé Nigro.
A composição ainda contou com a atriz e parceira Dandara Azevedo, com o verso que amarra a canção.
“Todo canto que se entoa nessa trilha. Passo a passo o estopim a utopia”.