O Atlas Mundial da Obesidade 2022, publicado pela Federação Mundial de Obesidade (World Obesity Federation), relata que o problema deve atingir quase 30% dos adultos no Brasil em 2030.
Com esse cenário, medicamentos para emagrecer, hormônios, jejum e outros termos estão cada vez mais sendo discutidos pelo público, na tentativa de entender como essas ações podem impactar de maneira positiva ou negativa a saúde de alguém no momento da perda de peso.
Conforme explica Dr. Igor Barcelos, médico endocrinologista e metabologista com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), para iniciar um tratamento para perda de peso é preciso investigar quais são as causas desse ganho, desde maus hábitos até alterações hormonais e metabólicas.
Nesse contexto, são utilizados diferentes protocolos, conforme a necessidade de cada caso.
“As causas podem ser várias, desde fatores genéticos (aqueles que têm vários familiares acima do peso tendem a ter mais chance de ganharem peso), como foi o seu ambiente dentro do útero, sua alimentação, refrigerantes, bebidas alcoólicas, sedentarismo e alterações”, explica.
Ele ressalta ainda que o foco dos tratamentos é um emagrecimento saudável e definitivo no menor tempo possível, mas sem que isso comprometa o paciente de alguma maneira.
Para ele, quanto mais natural for o processo, melhor.
Além do que, é crucial entender se está perdendo peso apenas ou realmente emagrecendo.
“Emagrecer é perder gordura. Muitas vezes, você perde peso às custas de desidratação, diarreia ou perda de massa magra. Nesses casos, você não perdeu gordura e logo seu peso irá retornar”, adverte.
Em relação aos medicamentos e hormônios de emagrecimento, o Dr. Igor lembra que eles são aliados quando usados da maneira correta e após uma avaliação que demonstre sua necessidade, mas que não vão agir sozinhos.
Ou seja, sem exercícios físicos, mudanças de hábitos e uma dieta regrada, o efeito não será o desejado.
Da mesma forma, parar o medicamento não fará engordar em dobro, exceto se o paciente retome os hábitos antigos que levaram ao ganho de peso.
“Contamos ainda com vários protocolos para emagrecimento e também para perda de gordura localizada, desde enzimas a tecnologias de última geração que ajudam a perder até as gorduras mais difíceis. Para estabelecer a melhor dieta no seu caso, precisamos conhecer o seu corpo, seu metabolismo, seus hábitos alimentares. Não existe uma dieta que seja boa para todo mundo”, diz.
O jejum intermitente, por exemplo, pode ser uma estratégia quando bem indicada.
Caso contrário, chega a desencadear perda de massa magra e transtornos alimentares.
Para o especialista, o mais importante é uma reeducação alimentar adequada, em que a pessoa ingira alimentos saudáveis, nutritivos e de baixas calorias, sem impedir totalmente de consumir produtos que saiam da dieta vez ou outra.
O mais importante nesse planejamento é o equilíbrio aliado a uma boa atividade física.
“O excesso de peso é um problema que afeta tanto a saúde como o emocional da pessoa. Não conseguir emagrecer não é sinônimo de fracasso ou força de vontade. É preciso procurar ajuda”, conclui.