O setor cultural foi um dos segmentos mais afetados pela pandemia de Covid-19.
De repente, mais de 900 mil trabalhadores da área se viram sem renda, conforme dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), do primeiro semestre de 2022.
Com isso, o contato direto com o público virou um risco à saúde de todos.
Sim, tudo isso já é sabido, a cultura sofreu um impacto enorme na pandemia e ainda luta para se reerguer.
Contudo, um cenário inimaginável de crise sanitária também foi a alavanca para o surgimento de inúmeras ideias e projetos culturais.
Dentre eles está o Trio MADERA de música erudita, atualmente formado por instrumentistas integralmente atuantes no cenário musical de São Paulo, capital e interior, que nasceu durante a pandemia a partir de projetos de gravações feitas remotamente.
Depois de um período atuando no ambiente online, as integrantes notaram uma sintonia e interação que poderia possibilitar apresentações efetivas e presenciais posteriormente, explorando tanto o repertório original para a formação, como um crossover com o repertório popular brasileiro e estrangeiro.
Assim, finalmente o Trio MADERA chega ao presencial com seis apresentações gratuitas e abertas ao público na grande São Paulo e no interior do estado.
Na primeira temporada, passando por Jundiaí, Pardinho e Itapetininga e, na segunda temporada, o Trio segue para Piracicaba, Santana do Parnaíba e Barueri.
O projeto tem como principal objetivo difundir um repertório originalmente escrito para trio de cordas, mostrando a riqueza sonora dessa formação e suas possibilidades por meio de obras dos principais compositores da música erudita.
Uma programação para ouvir e sentir
Os seis espetáculos foram pensados e serão conduzidos por Mayra Pezzuti no violino, Elisa Monteiro na viola e Denise Ferrari no violoncelo.
O repertório do Trio MADERA passa por Bach, Beethoven e Max Reger.
Antes de cada concerto, o trio ministrará um workshop (de fala aberta) atentando para a importância do trio como ferramenta de inspiração no cenário musical contemporâneo.
Para as apresentações de maio e junho todo o repertório foi elaborado pelas três musicistas, sendo J. S. Bach: Goldberg Variationen BWV 988; Aria e Variation 1; L. V. Beethoven: Streichtrio op.9 n.3; I Allegro con spirito; II Adagio con espressione; III Scherzo: Allegro molto e vivace; IV Finale – Presto. Max Reger Trio op.77b: I Sostenuto – Allegro Agitato; II Larghetto; III Scherzo e IV Allegro con moto.
“O repertório do nosso concerto foi escolhido com a intenção de preservar a existência da música clássica ocidental. Devemos mostrar ao público que essa música é para todos, é universal, e desmistificar a ideia de elitismo. É necessário acabar com esse preconceito, e essa função cabe pura e simplesmente a nós, artistas que vivemos imersos nesse universo. Queremos oferecer uma nova experiência para quem não tem acesso a esse tipo de entretenimento e quem sabe, plantarmos uma semente de transformação na forma de pensamento sobre a ideia do que é e para quem é a música clássica”, explica Denise Ferrari, diretora e violoncelista do Trio MADERA.
O projeto está sendo realizado com recursos do edital Proac n.º 14/2022, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo e Secretaria Especial de Cultura do Governo Federal.