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Tireoide: disfunções afetam 750 milhões de pessoas no mundo

Endocrinologista do Hospital Nipo-Brasileiro (HNipo) explica sintomas, diagnóstico e tratamento para manter a saúde da tireoide em dia.

Imagem ilustrativa de um médico segurando uma lupa e, através dela, examinando um modelo da glândula tireoide, realizando diagnósticos para doenças.

Na data de 25 de maio, último domingo, foi comemorado o Dia Internacional da Tireoide.

Essa data alerta para a importância da saúde dessa glândula localizada na parte anterior do pescoço, em forma de borboleta.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no mundo todo, 750 milhões de pessoas sofrem com alguma condição na tireoide.

No Brasil, em torno de 15% da população com mais de 45 anos tem disfunções tireoidianas, sendo mais incidente em mulheres.

Apesar de pequena, a tireoide é fundamental para o equilíbrio do corpo e é responsável pela produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), que regulam o metabolismo, tendo ações sobre o crescimento, humor, sono, peso e atuam diretamente no funcionamento de diversos órgãos vitais como coração, cérebro, fígado e rins.

Principais patologias da tireoide:

Segundo a Dr.ᵃ Vera Lucia Tavares Nakamura, endocrinologista do Hospital Nipo-Brasileiro (HNipo), as principais condições que atingem os pacientes são:

  • Hipotireoidismo — Quando a glândula produz hormônios em quantidade insuficiente, levando a sintomas como cansaço, ganho de peso, pele seca, obstipação, sonolência, aumento do fluxo menstrual e até depressão.
  • Hipertireoidismo — Produção excessiva de hormônios, que acelera o metabolismo, causando agitação, perda de peso, insônia, nervosismo, suor excessivo, alterações do ciclo menstrual e diarreia. Pode ter várias causas, inclusive a Doença de Graves, que, além do hipertiroidismo, se manifesta frequentemente com exoftalmo (“olhos saltados”).
  • Tireoidite — Inflamação da glândula, aguda ou subaguda, que pode se manifestar como quadro de dor no local da glândula, com ou sem febre, e alterações hormonais.
  • Câncer de tireoide — Geralmente com boa chance de cura quando diagnosticado precocemente.

Causas, fatores de risco e prevenção:

“Os problemas na tireoide podem ter origem genética, autoimune ou serem desencadeados por medicamentos e fatores ambientais, como a deficiência ou o excesso de iodo. Alterações na tireoide durante a infância ou gestação podem comprometer o desenvolvimento da criança. Por esse motivo, é essencial manter uma alimentação equilibrada, com ingestão adequada de iodo, realizar check-ups regulares, estar atento aos sintomas, e, principalmente, fazer o teste do pezinho no nascimento, o que leva ao diagnóstico e tratamento precoce da doença, evitando comprometimento do desenvolvimento neurológico do recém-nascido”, comenta a especialista.

Sinais de alerta:

A Dr.ᵃ explica que é importante se atentar a alguns sinais no dia a dia, como:

  • Inchaço no pescoço (bócio);
  • Dificuldade para engolir;
  • Alterações de peso inexplicáveis (ganho ou perda);
  • Cansaço e fadiga;
  • Alterações menstruais;
  • Mudanças no ritmo cardíaco;
  • Pele seca;
  • Unhas quebradiças;
  • Queda de cabelos;
  • Problemas de memória;
  • Mudanças bruscas de humor;
  • Diminuição da libido;
  • Alterações no sono.

Diagnóstico:

“O diagnóstico é realizado por exames clínicos e laboratoriais, como a dosagem do TSH e T4 pelo sangue. Em alguns casos, exames de imagem, como ultrassom e cintilografia, ou biópsias, também são indicados. Em crianças, o teste do pezinho é obrigatório e feito de rotina nas maternidades de todo o país”, destaca a Dr.ᵃ Vera. 

Tratamento:

“O tratamento varia conforme a doença, gravidade e condição clínica. Normalmente, inclui reposição hormonal, no caso de hipotireoidismo, e medicações antitireoidianas para reduzir a produção de hormônios. Iodo radioativo ou cirurgia (tireoidectomia) também podem ser usados nos casos do hipertireoidismo ou câncer”, finaliza a médica.

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