Em uma apresentação que conta com as duas orquestras da casa, Orquestra Experimental de Repertório e Orquestra Sinfônica Municipal, o concerto Leningrado faz parte de uma programação mais ampla dos 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, um dos motes que guiam a programação 2025 do Theatro Municipal de São Paulo.
Sob regência de Wagner Polistchuk, a duração aproximada varia conforme o dia: nos dias 28 e 29 de março, o programa terá 90 minutos por contar também com a apresentação de Fairytale Poem, de Sofia Gubaidulina, enquanto no dia 30 de março terá 75 minutos.
Os ingressos variam de R$ 11 a R$ 70 (inteira).
Nas duas primeiras récitas, o público poderá ouvir a obra de abertura de Sofia Gubaidulina, uma das mais importantes compositoras da atualidade.
Suas criações são marcadas por uma experimentação que inclui afinações alternativas, instrumentação incomum e temas espirituais.
Fairytale Poem foi composta originalmente para um programa de rádio de 1971 baseado em The Little Piece of Chalk, uma história infantil do escritor tcheco Miloš Macourek.
Segundo a compositora, o personagem principal dessa história é um pequeno pedaço de giz que as pessoas usam para escrever em uma lousa.
“O giz sonha que desenhará castelos maravilhosos, belos jardins com pavilhões e o mar. Mas, dia após dia, o giz é forçado a escrever palavras chatas, números e formas geométricas na lousa”, afirmou a compositora.
Já a Sinfonia n.º 7 de Shostakovich é uma obra de impacto avassalador.
Dedicada à cidade de Leningrado, então sitiada por conta da guerra, a obra estreou em 1942 nos Estados Unidos, com a Orquestra Sinfônica da NBC dirigida por Arturo Toscanini.
Leningrado tornou-se extremamente popular na Rússia e no Ocidente, como um símbolo da resistência ao totalitarismo e militarismo nazista, sendo simultaneamente um hino patriótico e um grito de guerra para os inimigos do fascismo.
No entanto, depois da guerra, a reputação da obra se transformou, tanto pela percepção do público de que se tratava de uma propaganda de guerra quanto pela avaliação estética da obra, que os críticos julgaram não somente inferior à produção do compositor como até mesmo pomposa e prosaica.
Com o passar do tempo, no entanto, a obra teve novas reavaliações e reabilitações.
Os movimentos de abertura e encerramento têm estilo monumental, com temas grandiosos e gloriosos, culminando em um clímax quase interminável.
“Para o projeto da realização desta grandiosa composição de Shostakovich, o maestro Roberto Minczuk teve a ideia de reunir completamente e pela primeira vez na história das duas orquestras, Orquestra Sinfônica Municipal e Orquestra Experimental de Repertório, para dar o peso ideal de tamanho e sonoridade a tão vultuosa e complexa obra, uma genuína busca psicofísica de sua verdadeira e real mensagem”, finaliza Wagner Polistchuk, maestro regente do concerto.