Água quente no feijão e histórias confluíram no Diálogos MAP com Paulo Nazareth em 2 de julho.
Foi à beira do fogão, junto à sua família, que Paulo recebeu os artistas residentes e a equipe desta edição em seu ateliê Casa de Mãe, no Palmital, periferia na cidade de Santa Luzia.
O dia foi marcado pelo reencontro do artista com a Bolsa Pampulha, quase 20 anos depois que participou do programa de residência.
Sustância na mesa de toda família brasileira é sinônimo de feijão!
“O pensamento passa pela barriga”, refletiu o artista, referência na arte contemporânea brasileira, enquanto colocava água no caldo de feijão batido.
Ele propôs aos artistas residentes um dia com mesa e pensamentos fartos com feijão, café, carambolas colhidas no quintal para nutrir e ampliar o pensamento sobre sua trajetória e sobre arte.
Os bolsistas tiveram a oportunidade de ouvir Paulo falar sobre seu processo criativo, compreendendo como o artista reconfigurou a performance, uma vez que suas obras se misturam com ele próprio.
Com percussão no Brasil e no exterior, Paulo Nazareth diz que faz “arte de conduta”, e não performance.
Muitas de suas propostas passam por experiências de vida ligadas a uma profunda reflexão sócio-política e racial.
Ele é conhecido pelas andanças que fez pelo território latino-americano, questionando os processos de ocupação e as violências às quais os povos foram submetidos.
Paulo finalizou seu diálogo com a história do Palmital, fundado em 1984.
O conjunto Palmital, antiga fazenda da família Mello Azevedo, foi construído pelo Governo de Minas Gerais através da Companhia Metropolitana de Habitação de Minas Gerais (COHAB-MG).