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Ouro roxo: açaí gera mais de R$ 3 bilhões para o Brasil

De olho nesse mercado bilionário, família do Paraná inova e começa a comercializar o açaí raiz para sorveterias, que terão a chance de gourmetizar o produto conforme a escolha do cliente.

Seja como sorvete, sobremesa, sucos, frapês, preparações salgadas e até mesmo como acompanhamento para os mais variados pratos, o açaí, graças à sua versatilidade, caiu de vez no gosto, ou melhor, no paladar dos brasileiros.

Prova disso é uma pesquisa da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa) que diz que entre os anos 2012 e 2022 houve um crescimento de 15.000% na comercialização do fruto, que graças a isso ficou conhecido globalmente como o “embaixador da Amazônia”.

Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2021, o valor da produção foi fechado em R$ 5.305.523 mil.

E a quantidade produzida foi de 1.485.113 toneladas em uma área de 208.111 hectares.

O maior produtor de açaí do Brasil, hoje, é o estado do Pará que, inclusive, não só atende o mercado interno, mas também representa mais de 94% das exportações para o mundo todo, passando de 41 toneladas (2011) para 5.937 toneladas (2020), sendo que somente entre 2019 e 2020, tal alavancagem ultrapassou a casa de 50%.

Isso significa o seguinte: o que recentemente era restrito à nutrição amazonense, vem ganhando destaque nas demais regiões do país.

E um exemplo desse favoritismo é a recém-nascida Kiloton Amazônia, que apostou na pura polpa para inovar.

Mal a ideia saiu do papel, quem está à frente do projeto garante: deu certo!

O “ouro roxo” surgiu da mente de cinco irmãos paranaenses, Áureo, Ivan, Angélica, Marcia e Josenia Bordignon.

Tudo começou com Ivan, o primeiro a ter contato com o fruto nos anos 1980.

A família então, ao visitá-lo no Norte, sempre consumia o açaí na forma natural, mas quando retornava ao Paraná, se quisessem consumir açaí, o jeito era “aceitá-lo” na forma doce, com muito açúcar, corantes, xaropes, estabilizantes, conservantes, emulsificantes e gorduras trans.

“E isso, com o tempo, passou a nos incomodar. Afinal, da forma ‘asorvetada’, apesar do açaí ser um superalimento, ele deixa de ser saudável e pode se tornar até prejudicial, principalmente para quem já sofre de algum problema de saúde”, explica Áureo Bordignon.

“Então, foi pensando em ajudar pessoas com comorbidades e ainda ser útil para os esportistas e aqueles que querem se manter em forma, abrindo mão da química e da sacarose, é que identificamos esse nicho de mercado”.

Na Kiloton Amazônia, o açaí, adquirido das famílias ribeirinhas em várias cidades do Amazonas, Acre, Bolívia e Peru, é levado em transporte refrigerado até a fábrica da empresa em Porto Velho (RO), onde passa por um processo de separação e tratamento.

Dois quilos de frutos resultam em um quilo de polpa.

Depois, é aplicada uma técnica de branqueamento do açaí, fazendo com que ocorra a desativação das enzimas que causam o seu escurecimento.

Então, nessa fase, é mantida a sua cor, textura, aroma e sabor, tudo em perfeito estado.

Depois, a polpa é congelada, e sem arriscar perder suas características originais, ela entra em uma rota extensa, de mais de três mil quilômetros.

Saindo de Rondônia, o produto, comercializado em pacotes de 1 kg, segue viagem para a cidade de Curitiba, no Paraná.

Ao todo, são cinco dias de percurso em um caminhão frigorífico, vez que o açaí, por ser congelado a uma temperatura de -18 °C, demanda um ambiente aclimatado especialmente para evitar a deterioração e manter a sua validade de um ano.

Do Paraná, ele segue para as sorveterias interessadas, a priori no próprio estado e para os vizinhos Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

“Outro benefício é que, por se tratar de um produto in natura, nossos clientes têm a possibilidade de criar receitas próprias, melhorando a própria marca, além de fazer combinações com frutas”, enaltece Áureo.

O intuito, finaliza ele, é atender às necessidades e gostos de cada consumidor apaixonado pelo açaí, mas sem deixar de preservar as propriedades e os benefícios do fruto.

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