A potência e a influência das culturas africanas no Brasil e no português falado no país ganham espaço no Dia Mundial da Língua Portuguesa 2024 do Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo.
O evento acontecerá no dia 4 de maio (sábado) e vai reunir artistas do Brasil, Angola, Guiné-Conacri, Moçambique e Portugal com performances e gastronomia.
Um dos destaques é o show de encerramento na Praça da Língua com a brasileira Fabiana Cozza e o português de ascendência cabo-verdiana Dino D’Santiago.
Gratuita, a programação vai começar às 10h e se estenderá até as 19h.
No domingo, 5 de maio, quando se comemora oficialmente o Dia Mundial da Língua Portuguesa, a entrada do Museu também será gratuita para todos os públicos.
Aos sábados, a entrada já é gratuita.
Toda a programação do Dia Mundial da Língua Portuguesa 2024 no Museu é inspirada na mostra Línguas africanas que fazem o Brasil, a próxima exposição temporária, a ser inaugurada no fim de maio.
Curadores da ação neste ano, o músico brasileiro Tiganá Santana e o escritor angolano Kalaf Epalanga vão atuar como mestres de cerimônias.
O evento será aberto com o escritor e poeta angolano Ermi Panzo e o grupo brasileiro Slam das Minas, às 11h.
Em seguida, às 13h, se apresenta a cantora Fanta Konatê, de Guiné-Conacri.
Fundadora do Instituto África Viva, ela é considerada uma referência cultural de seu país.
Às 15h, o percussionista e compositor moçambicano Otis Selimane é o convidado.
Logo depois, às 17h, é a vez da performance da banda brasileira Funmilayo Afrobeat Orquestra, grupo formado e idealizado somente por mulheres e pessoas não binárias negras.
Para todas essas apresentações, que acontecerão no Saguão B do Museu ou no Saguão Central da Estação da Luz, não é necessário retirar ingresso.
A programação se encerra com o show de Fabiana Cozza e Dino D’Santiago, na Praça da Língua e no Auditório, no terceiro andar do Museu.
A apresentação começa às 19h, com retirada de ingressos a partir das 17h30 na bilheteria do Pátio A (até dois ingressos por pessoa).
Paralelamente às performances artísticas, haverá uma feira de gastronomia e outros produtos no Saguão B.
Das 10h às 17h, o público poderá adquirir objetos de origens africanas ou afrodiaspóricas, além de saborear alimentos como acarajé.
Às 16h, a Editora Todavia, que tem lançado os livros de Epalanga no Brasil, como Minha pátria é a língua pretuguesa: crônicas e Também os brancos sabem dançar, promoverá uma sessão de autógrafos com o autor.
“Escolhemos artistas africanas e africanos que vivem no Brasil, particularmente em São Paulo, cidade que evidencia a presença importante de imigrantes da África Subsaariana, sobretudo, na região central, e que se utilizam da língua portuguesa, colonial e consideravelmente africanizada no Brasil, para o exercício das suas pontes e articulações sociais a partir daqui. Convidamos também artistas brasileiros que tenham alguma relação cultural, criativa ou estética com África”, afirma Tiganá, um dos curadores.
“A multiplicidade de linguagens, entre performances, concertos musicais, literatura e gastronomia, também nos guiou o pensamento desde o início”, completa.
“Para a montagem desta programação, utilizamos o critério de apresentar artistas que transitam entre diferentes mundos e geografias, tanto físicas quanto simbólicas, dentro e além das diversas línguas aninhadas na língua que nos é comum”, diz Epalanga.
Abordando diversos elementos das culturas africanas no Brasil, em diferentes linguagens artísticas, o Dia Mundial da Língua Portuguesa 2024 no Museu dialoga com o assunto de sua próxima exposição temporária, a Línguas africanas que fazem o Brasil.
Desta forma, o evento servirá como um esquenta: a mostra está prevista para ser inaugurada no fim de maio.
De acordo com Tiganá, a ênfase nas criações, narrativas e performances africanas e afro-brasileiras, em movência, nas ondulações da diáspora negra, relaciona diretamente a programação do Dia Mundial da Língua Portuguesa 2024 no Museu com a próxima exposição temporária, centrada na presença das línguas africanas que também formam o Brasil.
“É uma espécie de abertura dos corpos do público para receber a exposição que chegará, precisamente, três semanas depois”, finaliza.