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Mestre Zuza de Tracunhaém lança documentário comemorativo

O filme sobre a biografia de um dos mais importantes ceramistas brasileiro e internacional será exibido durante o Fenearte no Centro de Convenções em Olinda.

Foto do Mestre Zuza de Tracunhaém.

José Edvaldo Batista, o Mestre Zuza, de 65 anos, natural da cidade de Tracunhaém, na Zona da Mata Norte do Estado de Pernambuco lança, nesta sexta-feira, dia 12, na programação da Fenearte, maior feira de artesanato da América Latina, um documentário especial em comemoração aos seus 50 anos de vida como artesão.

A exibição biográfica, que conta com recurso da Língua Brasileira de Sinais (Libras), será realizada no espaço Janete Costa, instalado no Centro de Convenções, em Olinda, a partir das 17h.

A mostra é destinada aos turistas, visitantes e comerciantes que participam da feira.

Os ingressos, que variam de R$ 6 a R$ 16, podem ser adquiridos antecipadamente de forma online.

Intitulado Mestre Zuza 50 anos: do artesanato utilitário ao figurativo, o documentário explorar a vida e obra do artista, que já teve sua habilidade com o manuseio do barro comparada ao trabalho mundial de Pablo Ruiz Picasso (1881 − 1073), pintor espanhol, escultor e ceramista, em razão da sua capacidade de imprimir a realidade social em suas peças.

Famoso ceramista brasileiro, o Mestre Zuza de Tracunhaém nasceu em 18 de setembro de 1958.

Filho de pais e onze irmãos artesãos, ele iniciou sua vida no artesanato ainda na infância, criando peças utilitárias, como pratos, panelas e brinquedos para crianças, entre outros objetos.

Tudo era vendido em feiras livres da região canavieira e nos mercados públicos da capital pernambucana.

Das vendas de seus artesanatos conseguiu, ainda na adolescência, pagar sua escola particular e, também, comprar roupas, calçados e alimentos.

Possui formação universitária em História do Brasil, pela Universidade de Pernambuco (UPE); e pós-graduação na mesma área pela UNIVISA — Centro Universitário da Vitória de Santo Antão.

Anos mais tarde, migrou para o artesanato figurativo, criando uma variedade de santos que retratam a cultura, expressão e fé do povo do nordeste.

Atualmente, é considerado um dos maiores santeiros do país.

Seus trabalhos podem ser encontrados em várias regiões do Brasil e em mais de cem países do exterior, como Londres, Alemanha, Paris, Itália, Roma, Síria, Canadá, Chile, Portugal e Austrália.

Ao longo das últimas cinco décadas, Mestre Zuza teve sua vida artística marcada por muito aprendizado, desafios e conquistas.

Entre as suas realizações está o título de Patrimônio Vivo Municipal de sua cidade.

Em 2022, venceu na segunda colocação no 1º Salão de Arte Popular Religiosa, promovido pela Fenearte.

Já em 2024, recebeu, da Universidade de Pernambuco (UPE), a comenda de Mestre Notório Saber Popular.

Além disso, já formou mais de cinco mil crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, por meio de projetos parceiros, editais públicos e instituições culturais públicas e privadas, em várias regiões de PE.

Para o produtor cultural, jornalista e diretor do documentário, Salatiel Cícero, o filme Mestre Zuza 50 anos: do artesanato utilitário ao figurativo é uma maneira de manter vivo o legado dele, mas também um convite para as novas gerações conhecerem e valorizarem a cultura brasileira.

“Esperamos que este documentário inspire as pessoas a valorizar nossas raízes e a reconhecer a importância da arte popular na construção da nossa identidade cultural”, destacou.

O documentário, realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo do Governo Federal, operacionalizado pela Prefeitura de Tracunhaém, por meio da Secretaria de Municipal de Cultura, ainda vai ser exibido em escolas municipais.

O público também vai poder acompanhar, ainda este mês, gratuitamente, na página do Mestre Zuza no YouTube.

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