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Lucas Berlanza enfatiza pluralidade de correntes no Liberalismo em livro

Presidente do Instituto Liberal apresenta a ótica de diferentes pensadores sobre as atribuições do Estado e propõe uma análise livre de radicalismos.

Contribuir com a pluralidade liberal seja reconhecida e respeitada, produza frutos e se consolide no debate público é a motivação do jornalista e presidente do Instituto LiberalLucas Berlanza, na obra O Papel do Estado Segundo os Diversos Liberalismos, lançamento da Editora Almedina Brasil.

Crédito: Divulgação

O livro apresenta as histórias das correntes liberais e, segundo o autor, traz luz às discussões ofuscadas por reducionismos.

O título acolhe a existência de diversos liberalismos como galhos de uma mesma árvore e é um convite à serenidade na avaliação dos recém-chegados a esta proposta teórica e movimento político.

Isso porque é comum adotar uma postura de simplificação do papel do Estado Liberal sem, muitas vezes, considerar que o pensamento por esse viés não está alheio ao contexto histórico de cada época.

Berlanza revisita o whiggismo e a filosofia de John Locke, bem como alguns dos afluentes iluministas verificados em Voltaire, Montesquieu e Kant, realça as contribuições essenciais de Adam Smith e observa os complexos desafios representados pelo pensamento rousseauniano e pelos artífices da Revolução Francesa, além do apelo à prudência conservadora que remete a Edmund Burke.

O livro relaciona grandes pensadores do século XIX que refletiram sobre as atribuições do Estado, as prerrogativas do indivíduo e as conformações assumidas pela democracia, como o alemão Humboldt, os liberais doutrinários, Tocqueville, Gladstone e o Partido Liberal britânico.

Do liberalismo ibérico, com a Constituição de Cádiz e os movimentos de emancipação da América Hispânica de um lado, e o liberalismo luso-brasileiro do outro, a obra avança para o manchesterianismo e o spencerianismo, símbolos do livre-cambismo e da retração estatal.

“Investigamos detalhadamente o problema do liberalismo social, bem como das escolas que reagiram a ele, ao Keynesianismo e ao estatismo, como a Escola Austríaca, a Escola de Chicago e o ordoliberalismo, concluindo nossa abordagem com as vertentes mais extremadas do objetivismo e do libertarianismo anarquista e considerações específicas sobre o cenário brasileiro.”

O Papel do Estado Segundo os Diversos Liberalismos, p. 378

Ao longo das páginas, o jornalista destaca que o liberalismo conquistou bastante atenção nos últimos tempos, tanto por parte de defensores entusiasmados quanto de opositores contumazes.

Segundo ele, é compreensível que seus inimigos o apresentem em traços caricaturais, mas, não raro, os próprios liberais não colaboram com a exposição adequada dos fatos.

A leitura de O Papel do Estado Segundo os Diversos Liberalismos mostra que os apegados a uma única escola da vasta tradição liberal, reduzem-na dogmaticamente a uma visão próxima ao anarquismo.

Livre de radicalismos e preconceitos, o livro pretende demonstrar a pluralidade de entendimento que os liberais de diversos países e escolas tiveram ao longo dos séculos.

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