Crédito: Rodrigo Grau
Entre o trabalho como cardiologista e a vida artística, João Alberto Lajús, o João nas Nuvens, compôs Manhãs de Vento, single lançado em 29 de junho.
A música nasceu durante o governo Bolsonaro, ainda no auge da pandemia de Covid-19, enquanto atuava na linha de frente das UTIs.
“Essa é uma música sobre esperança. Composta em tempos sombrios com o desejo de imaginar um futuro em que a cultura volta a ser preponderante e traz consigo dias melhores, dias estes que chegarão ‘em marés de luz, em manhãs de vento'”, divide o cantor.
Violonista, cantor e compositor catarinense, João nas Nuvens tateia este futuro com uma canção que anda vagarosamente, ainda que cante sobre uma ‘realidade dura’ e que não ‘temos tempo’.
O artista balanceia as medidas entre um presente assustador e um amanhã possível com timbres doces e voz suave.
“Eu quis expor os absurdos que vivemos em um período tão negacionista e perverso, mas, ao mesmo tempo, vislumbrar o dia em que este período ficará para trás”, comenta.
Mas entre os vislumbres, enxergou abismos que quis evidenciar.
“É gigante a distância que separa nossas realidades, é como um muro. As diferenças de acesso, oportunidade, possibilidades, há uma desigualdade brutal”, aponta.
Para materializar a faixa, contou com arranjos de teclado feitos pelo maestro Jakson Kreuz, parceiro musical que também trabalhou com João nos arranjos do quarteto de cordas de outras duas de suas canções: Utopia e Sobre a gravidade, que integram o EP a ser lançado mês que vem.
Outro nome entre as colaborações do disco é o de Douglas Muller, que gravou todas as linhas de baixo.