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Hospital Regional de Presidente Prudente completa 27 anos

Construído pelo Professor Agripino, hospital é referência em atendimentos à população e na formação de estudantes da área da saúde.

Fachada do Hospital Regional de Presidente Prudente.

O Hospital Regional de Presidente Prudente completou nesta quinta-feira (22) 27 anos de atendimentos prestados à população de toda a região oeste do estado de São Paulo, além de estados vizinhos como o Paraná e Mato Grosso do Sul.

Uma idealização do Professor Agripino de Oliveira Lima Filho (in memoriam), é hoje considerada o terceiro maior hospital público de São Paulo.

Ele foi inaugurado em 1997 pela Unoeste, na época como Hospital Universitário Doutor Domingos Leonardo Cerávolo.

Doze anos depois, em 13 de fevereiro de 2009, acabou sendo estadualizado e a parceria com a universidade que é conceito máximo no MEC continua até hoje, contribuindo com o atendimento humanizado da população e com a formação de estudantes da área da saúde.

Referência em assistência médica eletiva e em atendimentos de urgência e emergência, o HR, assim como é popularmente conhecido, atende hoje a 45 municípios que compõem o Departamento Regional de Saúde XI (DRS-XI), com demanda indireta de pacientes que também vêm do Paraná e Mato Grosso do Sul, esse raio de cobertura atinge mais de 720 mil pessoas.

Desde que foi estadualizado pelo Governo de São Paulo, é mantido pela Associação e Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus.

A estrutura comporta 550 leitos, todos do Sistema Único de Saúde (SUS).

Além destes, há mais 56 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sendo 20 adultos, 10 coronarianas, seis pediátricas e 20 neonatais.

E para manter tudo funcionando 24 horas por dia, o hospital conta com 2.203 colaboradores.

Outra grande característica do HR é a forte residência médica.

Atualmente são 223 residentes médicos nas mais diversas especialidades de medicina, e 22 residentes multiprofissionais, a exemplo de fisioterapeutas, farmacêuticos, enfermeiros e nutricionistas envolvidos em todas as ações assistenciais do hospital.

E numa parceria firmada com a Unoeste, a unidade também funciona como campo de estágio para alunos de Medicina e outros cursos da área da saúde.

No dia 19 de outubro do ano passado, o HR recebeu a recertificação do Selo do Programa Compromisso com a Qualidade Hospitalar (CQH), uma certificação dada pela Associação Paulista de Medicina que premia os hospitais que seguem o roteiro de exigências que garante aos usuários da unidade, um serviço de qualidade e excelência.

Esta certificação, que também é conferida pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, procura contribuir para a melhoria contínua da qualidade dos hospitais, propondo um modelo de excelência em gestão hospitalar.

Somente 10 hospitais no Brasil detêm este selo de qualidade dentre mais de 68 hospitais participantes do programa.

Nesta recente avaliação, o Hospital Regional de Presidente Prudente foi agraciado com a recertificação ouro.

É válido ressaltar que, em maio de 2019, o HR se tornou o único hospital 100% SUS do país a possuir o Selo de Compromisso com a Qualidade Hospitalar (CQH).

No mesmo mês de outubro de 2023, o hospital celebrou a conquista do Selo Pleno de Instituição Amiga do Idoso, criado e mantido pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, que dialoga com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas e se insere nos pilares estratégicos preconizados da década do envelhecimento saudável de 2020 a 2030, através da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Essa outra conquista já havia sido garantida muito antes da assinatura do termo de adesão ao Programa São Paulo Amigo do Idoso, onde também foi obtido o Selo Inicial de Hospital Amigo do Idoso, em abril de 2016.

Em 2019, o HR obteve o Selo Intermediário de Hospital Amigo do Idoso, mais um passo nesta caminhada que garantiu ao hospital o Selo Pleno de Instituição Amiga do Idoso.

Motivos para comemorar

Para o atual diretor de unidade do Hospital Regionale do Ambulatório Médico de Especialidades (AME), Frei Jerônimo Morais, esse dia deve ser, sim, celebrado por todos que já demandaram ou vão demandar um dia dos serviços prestados no local.

“Esse hospital é uma verdadeira história a serviço da vida na região do oeste paulista e precisamos valorizá-la. Celebramos há pouco, no dia 13 deste mês, os 15 anos da Associação Lar São Francisco de Assis na Providência de Deus na administração do Hospital Regional, e, celebraremos os 27 anos principalmente com aqueles que doaram a sua vida nesta unidade”, lembrou.

Administrar um hospital desse porte, referência em atendimentos de média e alta complexidade, não é uma tarefa fácil, mas cabe a ele essa responsabilidade.

“Quando Deus dá a missão, ele também nos capacita e, principalmente, coloca pessoas altamente qualificadas para exercermos a missão conforme a sua vontade. Na verdade, existe uma Associação com um know how na saúde no Brasil, existe uma Fraternidade da qual faço parte que me ajuda diariamente e, sobretudo, elenco aqui o Frei Francisco Belotti, nosso presidente nato. Ademais, existe uma assessoria administrativa que, durante nossa história aqui no hospital, foi se solidificando e agora é altamente qualificada. Além disso, existem muitos e muitos colaboradores que são verdadeiros parceiros nesta missão e instituições que abraçaram nossa causa e caminham juntas conosco”.

Sobre a parceria com a Unoeste, o frei ressaltou o fato da universidade ser uma instituição de ensino na área da saúde, o que só tem a beneficiar a população e o hospital em si.

“Vemos aqui [no hospital] a técnica aprendida na teoria colocada em prática com supervisão de excelência, sempre em benefício da sociedade. Desde o momento em que assumimos o HR em 2009, firmamos uma parceria de sucesso com a Unoeste e, neste tempo, tem dado muitos frutos para o nosso Hospital Regional”.

Frei Jerônimo Morais: “Esse hospital é uma verdadeira história a serviço da vida na região do oeste paulista e precisamos valorizá-la” (Crédito: AI/Hospital Regional)

“Uma universidade de renome no oeste paulista, que utiliza o Hospital Regional como campo prático, tem contribuído em nossas mais diversas áreas administrativas e de atendimento direto em saúde. Desejo que esta parceria continue para o benefício da Unoeste, mas também do Hospital Regional”, enalteceu o frei, acrescentando ainda que vários projetos em andamento devem solidificar ainda mais essa parceria rumo aos 30 anos do hospital.

“Temos muitos projetos caminhando que desde antes da minha entrada já estão encaminhados e que espero que logo sejam efetuados. Também em conjunto com a assessoria administrativa queremos elaborar outros projetos que percebemos ser urgentes em nosso hospital”.

Ensino diferenciado

A estudante de Medicina Rafaela Parizoto Fabrin é uma das alunas do 9º termo do curso de Medicina da Unoeste (Crédito: Foto cedida)

Diretor das Faculdades de Medicina da Unoeste e neto do Professor Agripino (idealizador do antigo HU, hoje HR), o médico dermatologista Dr. Murilo Carapeba resume o hospital num complexo de atendimento médico de referência e de ensino de qualidade.

“Acredito que a história do Hospital Regional, desde sua origem como Hospital Universitário, é um exemplo de como o investimento na educação e na saúde pode trazer benefícios significativos para a sociedade. O ambiente proporciona aos estudantes o aprendizado diversificado e com grande demanda de pacientes. Além disso, o hospital é equipado com tecnologia de ponta, o que permite que os estudantes possam acompanhar e aprender a utilizar equipamentos modernos e avançados”, pontua.

Cursando atualmente o 9º termo do curso de Medicina, a estudante Rafaela Parizoto Fabrin, de Presidente Prudente, não tem dúvidas disso.

Ela acredita que viver esse momento da formação dentro do Hospital Regional de Presidente Prudente é uma oportunidade que o estudante tem de estar bem próximo à realidade da prática médica, e que poucas faculdades no país conseguem oferecer aos seus alunos.

“Exercer a teoria previamente estudada durante os quatro anos anteriores e notar que todo o esforço depositado está sendo convertido ao conhecimento prático em prol dos pacientes é exatamente gratificante porque é uma forma de ajudá-los de maneira direta. Me mostra que estou no caminho certo, sempre amparada por excelentes professores, médicos e preceptores, que me guiam na formação promovendo o melhor da medicina baseada em evidência alinhada com suas experiências que enriquecem muito as discussões”, pontua ela.

Quanto ao Hospital Regional, ela acrescenta que consegue viver todas as experiências de alta complexidade, desde o processo desde diagnóstico até a resolutividade do caso.

“Ele abrange toda a região do oeste paulista como hospital referência da DRS-11, o que resulta em um fluxo altíssimo de pacientes e, consequentemente, aprendizado. Distribuído em ambulatórios, pronto-socorro, enfermarias e centros cirúrgicos e obstétricos, dentre tantos outros serviços, o HR faz a diferença na vida acadêmica de todos os alunos que o frequentam. Me sinto extremamente grata pela oportunidade de me formar como médica neste hospital”.

De Álvares Machado, o estudante Estevão Pinheiro Salomão, matriculado no 8º termo, está descobrindo esse universo todo agora. Ele começou a fase do pré-internato, cujas práticas já ocorrem dentro do HR.

“Minha experiência enquanto acadêmico de Medicina no HR contempla a importância da prática clínica. É por meio dela que conseguimos materializar os conceitos teóricos e valorizar as técnicas, as formas de abordagem, os protocolos e toda dinâmica que inclui a formação na área da saúde. Ter a prática no Hospital Regional é viver e contemplar de forma integral os princípios da graduação em medicina, desde a importância e necessidade da humanização, até os conceitos teóricos e práticos que norteiam uma conduta médica”, revela o rapaz, ao se referir a essa etapa do processo ensino aprendizagem na formação médica.

Para ele, o hospital oferece aos acadêmicos todos os recursos necessários para uma boa prática e aprendizagem na área médica.

“Estar no maior hospital da região oeste paulista, referência em alta complexidade, é poder desfrutar de tecnologia e conhecimento proveniente da estrutura e profissionais envolvidos; sobretudo, compreender, desde o início, que o processo de cura envolve uma escuta ativa, o emprego correto da assistência multidisciplinar e a junção entre conhecimento, técnica e humanização. Enquanto acadêmico, é muito valioso ter à disposição professores e doutores altamente capacitados, para nos orientar, ensinar e ajudar a sermos os protagonistas de nossa história profissional”, elogiou Estevão, em tom de gratidão.

Ensino à prova

Toda a importância desse ensino diferenciado e considerado de fundamental importância pelos futuros médicos, é ressaltado pelo coordenador do internato médico da Faculdade de Medicina de Presidente Prudente (Famepp), Dr. Fernando Antônio Mourão Valejo.

De acordo com ele, esse é um período fundamental para o estudante de medicina, que por meio da prática supervisionada desenvolve habilidades e competências relacionadas ao exercício da profissão, para que se torne um médico completo.

“Neste contexto, o Hospital Regional é essencial para a formação do médico, já que é o nosso principal cenário de prática, sendo um grande campo de aprendizado para todos os estudantes. O HR possui praticamente toda estrutura e tecnologia que um hospital precisa para realizar atendimentos com eficiência e qualidade. Assim, o estudante da Unoeste está muito bem inserido, encontrado possibilidades de aprendizado completo”.

À frente da coordenação do internato desde 2019, ele não tem dúvidas de que vivenciar esse campo prático ajuda o estudante a assimilar a aprendizagem, uma vez que perfaz os dois últimos anos da formação do médico, que dura seis anos.

“Estagiar no HR faz muita diferença na formação dos estudantes da Unoeste. Ali, eles encontram um ambiente completo para desenvolver suas competências profissionais e posteriormente iniciar no mercado de trabalho. Só na Medicina, temos hoje mais de 600 estudantes passando todo mês pelos diversos setores do Hospital Regional”.

Por fim, Dr. Valejo frisa que esses quase 30 anos de hospital “marcam uma jornada iluminada de muita assistência e ensino”.

“E a exemplo das grandes instituições médicas do país, sabemos que onde a assistência e o ensino caminham juntos, toda a sociedade sai ganhando. Desejamos que o HR se mantenha assim, cada vez mais atuante em benefício da comunidade de Presidente Prudente e região”.

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