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Galeria Lume anuncia última semana da exposição de Ana Vitória Mussi

A exposição À espreita faz uma retrospectiva da extensa produção da artista plástica, que se dedica à investigação das imagens pela fotografia, explorando seus limites e possibilidades além dos usos e meios convencionais.

Com uma retrospectiva do trabalho de mais de quatro décadas da artista-fotógrafa Ana Vitória Mussi (1943), que apresenta uma vasta produção composta por fotografia, imagens em movimento, objetos e instalações, a Galeria Lume exibe À espreita até 18 de março de 2023.

Com curadoria de Paulo Kassab Jr., a exposição destaca fotografias que analisam os diálogos da artista com o principal dispositivo de circulação e produção de imagens de sua geração: a televisão.

Nos anos 70, Ana V. Mussi passou a integrar o grupo que se tornou conhecido como pioneiro da videoarte no Brasil, composto por outros sete artistas, Anna Bella Geiger, Fernando Cocchiarale, Sônia Andrade, Ivens Machado, Paulo Herkenhoff, Letícia Parente, Miriam Danowski.

Por conta deste período (1974 a 1982) em que trabalhou em conjunto com o grupo, a mostra irá contemplar, também, obras de Anna Bella Geiger, que conversam e reforçam a produção de Mussi para trabalhar a imagem em veículos de comunicação em massa.

Para o curador, “Ana V. Mussi apropria-se de uma imagem criando outros significados sobre ela; Apoderando-se de cenas corriqueiras ou imagens clássicas do cinema, a artista não nos pede para abandonar o pensamento imagético, mas sim pensar na imagem e pela imagem, abdicar do que, no pensamento, se acorrenta à matéria para fazer a entidade subjetiva.” 

Nas fotografias em que se apropria de imagens televisivas, a artista restitui a cada imagem a aparição inesperada do ato.

A câmera paralisa a cena, interrompe a sessão e reluz o momento da ameaça do movimento: o golpe. 

Nos últimos 40 anos, Ana M. vem dedicando-se à investigação de imagens para explorar seus limites e possibilidades. Trazendo objetos, projeções, filmes, fotografias e esculturas,

À espreita analisa a relação entre a condição da imagem no mundo, sobretudo a imagem televisiva e audiovisual, e a nossa submissão aos seus poderes, à sua capacidade de nos influenciar.

É por essa janela (televisão), em nossas casas, que assistimos às guerras viscerais desta cidade, às invasões nas favelas, ao som ensurdecedor da artilharia, a população acuada e muda.

Nenhum pássaro cruza, nenhum cão ladra.

Estamos aqui e não lá, talvez pensemos aliviados, ainda que este “lá” esteja em imediata proximidade, ainda que os estrondos das armas que ouvimos bem aqui à nossa volta se confundam com aqueles emitidos ao vivo pela tevê.

Ana Vitória Mussi, desde cedo, se deu a difícil tarefa de fotografar o ‘através’, o interstício entre o que se vê e o que permanece velado, entre o olhar e o pensamento, entre a abertura e o confinamento do campo perceptivo”, explica Marisa Flórido César, curadora e pesquisadora obstinada do trabalho da artista.

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