A Ocupação IBORU, em parceria com a Galeria Nara Roesler, vai trazer uma exposição do artista Elian Almeida para o centro do Rio de Janeiro.
Até 29 de setembro, em paralelo à Art Rio, entra em cartaz a mostra Bibliografia da Pintura, com obras do artista Elian Almeida.
Durante quatro dias, o movimento criado por Marcelo D2 e Luiza Machado, em 2023, vai unir artes visuais, música e conversa com convidados, fomentando a cultura e ocupando mais uma vez o centro do Rio de Janeiro.
A exemplo do disco homônimo, lançado em junho de 2023, que acaba de ser indicado ao Grammy 2024, a ocupação vem apresentando exposições que convidam o público a entrar no multiverso IBORU, que reúne samba, rap, cinema, artes plásticas, moda, ancestralidade e fé.
Com um olhar voltado para a descolonização, Elian, um dos nomes mais promissores da atualidade, usa a arte para resgatar a história afro-brasileira.
A mostra ficará em cartaz de quinta a domingo, com entrada franca.
No domingo, dia 29, haverá um bate-papo sobre arte e criatividade com Elian Almeida, Marcelo D2 e o professor, escritor e compositor Luiz Antonio Simas, com mediação de Luiza Machado, às 16h (sujeito à lotação).
Elian Almeida baseia sua prática na convergência de diferentes linguagens, como pintura, fotografia, vídeo e instalação, tornando-se expoente de uma nova geração de artistas produtores de objetos e imagens que reivindicam protagonismo para agentes e corpos usualmente marginalizados em nossa sociedade e na tradição da arte.
Com uma abordagem decolonial, seu trabalho se debruça sobre a experiência e performatividade do corpo negro na sociedade contemporânea.
Para isso, ele recupera elementos do passado, imagens, narrativas e personagens, oficiais e extraoficiais, de modo a contribuir para o fortalecimento e divulgação da historiografia afro-brasileira.
Por um lado, sua pesquisa se debruça sobre biografias de personagens negras que tiveram sua importância apagada pela história, atribuindo-lhes a devida importância.
Por outro lado, o artista volta-se para as violentas abordagens policiais de corpos racializados, revisitando as noções de privilégio, presentes na cultura e sociedade brasileira, assim como denunciando o mito da democracia racial.
Em sua série Vogue, em que Almeida se apropria da identidade visual e da estética dessa famosa revista de moda para vincular corpos negros, vemos a convergência dessas diversas linhas de trabalho, levando-nos a questionar sobre os modos como esses sujeitos são representados e postos em circulação na cultura visual brasileira.