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Desvendando as delícias do Festival da Linguiça de Bragança

Organizadores do Festival da Linguiça de Bragança Paulista trazem revelações sobre o evento que celebrará 150 anos da imigração italiana no Brasil.

Foto dos entrevistados Renato Teixeira (à esquerda) e Luiz Américo (à direita).

O Brasil é amplamente reconhecido por acolher pessoas de diversas origens, e com os italianos não foi diferente.

Atualmente, cerca de 30 milhões de descendentes de italianos vivem no país, sendo que aproximadamente 20 milhões residem no Estado de São Paulo, de acordo com dados do Consulado-Geral da Itália.

No dia 21 de fevereiro, foram celebrados os 150 anos da Imigração Italiana no Brasil, um marco que será homenageado na 12ª edição do Festival da Linguiça de Bragança Paulista, no interior de São Paulo, que ocorrerá nos dois primeiros finais de semana de setembro.

O festival, surgido em 2011, contará com atrações gastronômicas variadas.

Carreta da Linguiça e Harumaki de Linguiça e Queijo fazem parte das divertidas e deliciosas atrações do festival. Crédito: Felipe Borgheri e Renato Teixeira

Visando conhecer mais sobre o tradicional Festival de Bragança Paulista e suas novidades deliciosas e animadas, convidamos Renato Teixeira (à esquerda da foto principal)e Luiz Américo (à direita da foto principal), produtores locais e organizadores do evento, para esta entrevista exclusiva sobre a 12ª edição do Festival da Linguiça de Bragança Paulista.

Victor Hugo Cavalcante: Primeiro é um prazer recebê-lo no Jornal Folk, e gostaria de começar com a seguinte pergunta: Como a ideia de homenagear os 150 anos da imigração italiana no Brasil surgiu para esta edição do Festival da Linguiça?

Luiz Américo: Em razão da própria origem italiana da nossa especiaria bragantina.

Não poderíamos ficar de fora das comemorações dos 150 anos da imigração da “nossa pátria mãe”.

Nosso município recebeu inúmeros italianos que trouxeram suas tradições culturais e principalmente a culinária, que foi preponderante para o sucesso da nossa gastronomia e ajudou a moldar a identidade cultural de Bragança Paulista.

Ou seja, será um imenso prazer brindar os 150 anos com o principal produto da nossa cidade, a inigualável Linguiça Artesanal de Bragança Paulista.

Victor Hugo Cavalcante: O que motivou adição no evento de pratos que mesclam as culinárias brasileira e italiana, como a Pizza de Linguiça e o Harumaki de Linguiça e Queijo?

Renato Teixeira: Desde as primeiras edições do festival, os produtores buscavam pratos de diversas culinárias para fazer suas versões com linguiça bragantina.

Com isso, vieram a parmegiana de linguiça, yakissoba de linguiça, churros de linguiça e diversas outras invenções para chamar a atenção do público.

Os lançamentos inusitados deste ano ficam por conta do Harumaki (rolinho primavera) e do Guioza de linguiça.

Essa é uma forma de mostrar para os visitantes que o produto pode ser utilizado nas maiores viagens gastronômicas e não só nos lanches, porções e no churrasco.

Como nesta edição, o evento faz uma homenagem aos 150 anos da imigração italiana no Brasil, diversos produtores dedicaram a criatividade para criar pratos típicos italianos.

Victor Hugo Cavalcante: A linguiça bragantina é a estrela do festival. Como você vê a evolução dessa iguaria ao longo dos anos, especialmente em eventos como este?

R. T: Os hábitos alimentares da população mudaram significativamente na última década.

Temos percebido no dia a dia em contato com nossos clientes que a busca por comer menos e comer melhor é uma prática bastante comum e o mercado de linguiças artesanais vem crescendo justamente pela alta demanda por produtos de qualidade superior.

A sensação é de que nós, produtores de linguiça bragantina, temos uma obrigação ainda maior quando falamos em qualidade, pois um produto com uma fama centenária como essa, gera uma expectativa muito grande no consumidor.

O Festival da Linguiça de Bragança é a nossa maior vitrine e também nossa maior “prova de fogo”, pois se acontece alguma “escorregada” de nossa parte ali no evento, a cobrança é imediata.

A evolução do produto aos olhos da maioria, pode estar relacionada ao crescimento em volume de produção e tecnologias no processo, mas na minha concepção é preservar processos, receitas artesanais e aquele jeito “antigo” de fazer linguiça, sem deixar se seduzir pelas tentações da grande indústria.

Victor Hugo Cavalcante: Quais foram os principais desafios na organização desta 12ª edição, considerando a expectativa de público e a diversidade das atrações?

L. A: O desafio pós-pandemia é muito grande por ter feito crescer o número de eventos em todo o Estado de SP.

Com isso, para atrair o público local e os turistas, prepararemos os pratos que fizeram sucesso nas versões anteriores e incluiremos no nosso cardápio a culinária italiana com a melhor linguiça do Brasil.

Além disso, a grade musical contará com bandas locais e uma variedade de músicas para agradar os diversos públicos que frequentam o nosso festival, com ênfase para a Orquestra Luthieria de Morungaba, explorando a música clássica italiana.

Destacamos também, as atrações recorrentes com o Celeiro do Terror, área kids, feira do artesanato, oficina da escultura, pintura facial e a esperada Carreta da Linguiça, que será sucesso garantido.

Victor Hugo Cavalcante: O Festival da Linguiça atrai um público grande e diversificado. Como vocês planejaram o evento para agradar tanto os moradores locais quanto os turistas?

R. T: Os produtores locais que possuem loja de fábrica em Bragança conseguem medir bem as expectativas de todos os públicos do festival.

O bragantino, com quem convivemos com maior frequência, tem aquele hábito de consumir as linguiças no dia a dia ou no churrasco do fim de semana, mas também faz questão de presentear amigos e parentes de fora da cidade com um pacote de linguiça.

O bragantino trata o produto como um grande troféu da cidade e faz questão de enaltecer ainda mais a fama do produto.

Trata-se de um orgulho genuíno.

Nesse caso, o festival é um grande ponto de encontro e confraternização.

Já os turistas gostam de viver novas experiências.

Degustar um produto típico do interior na sua forma mais natural e simples ou nas versões mais ousadas, como nos pratos já mencionados, é para o turista uma baita atração.

Buscamos também entretenimento de qualidade e por muitas vezes até simples, mas que enchem os olhos e o coração de quem visita o festival.

Uma área kids completa e de qualidade agrada bastante às crianças, mas agrada também aos pais.

Victor Hugo Cavalcante: A Orquestra e Luthieria de Morungaba é uma das atrações musicais do festival. Como foi a escolha do repertório e a ideia de trazer a orquestra para se apresentar?

L. A: Queríamos trazer a regionalidade cultural para o festival, valorizando os talentos e o compromisso com a música da nossa comunidade.

O repertório instrumental regido pelo Maestro José Benedito Bezzera (conhecido como Professor Negão) será uma verdadeira sinfonia de talentos e diversidade musical com a “pegada italiana”, que será tema central do evento.

Outro fator importante é o compromisso com a música de qualidade!

Victor Hugo Cavalcante: Com a inclusão de atrações como o Celeiro do Terror e a Carreta da Linguiça, como você enxerga a importância de unir gastronomia e entretenimento em um único evento?

R. T: A ideia de fazer do festival um evento essencialmente familiar está relacionada à ideia de “dia em família” e não só um evento exclusivo de gastronomia.

Gostamos quando as pessoas vêm ao festival para passar o dia inteiro ou até mesmo o final de semana.

É muito comum ver os pais confraternizando enquanto assistem aos shows musicais, as famílias visitando os stands de compras ou a feira de artesanato, enquanto as crianças se divertem na área kids.

O Celeiro do Terror e a Carreta da Linguiça vêm ao festival para serem mais atrações que compõem esse clima.

Victor Hugo Cavalcante: Este ano, o festival acontecerá nos dois primeiros finais de semana de setembro. Como você espera que o feriado de 7 de setembro influencie na quantidade de visitantes?

R. T: O fato de o Festival acontecer sempre neste feriado é estratégico. Bragança Paulista e diversas cidades do interior e litoral são favorecidas com um alto fluxo de turistas. Como o feriado neste ano cai em um sábado, muitas pessoas que trabalhariam neste dia, devem ter a possibilidade de nos visitar.

Victor Hugo Cavalcante: A linguiça bragantina é uma tradição local. Você poderia compartilhar um pouco sobre a importância cultural e econômica desse produto para Bragança Paulista?

R. T: A linguiça bragantina é uma das grandes responsáveis pela economia e também pelo turismo gastronômico de Bragança Paulista.

Um exemplo clássico é o visitante que vem a Bragança a trabalho, mas sempre acaba passando por alguma linguiçaria para comprar para a família.

Muitas vezes, esse visitante chega em nossas lojas com encomendas de vários amigos.

É um produto que movimenta a economia local durante todo o ano, mas durante o festival movimenta toda a cidade.

Proprietários de hotéis da cidade relatam que se trata do único evento onde a ocupação total é garantida.

Victor Hugo Cavalcante: Quais são suas expectativas para esta edição do festival e o que o público pode esperar de novidade para os próximos anos?

R. T: De modo geral, a expectativa de todos os expositores é altíssima, pois neste ano o evento acontecerá em uma nova estrutura dentro do mesmo recinto dos anos anteriores, o Posto de Monta.

Para o evento deste ano, contaremos com uma estrutura construída e muito mais integrada, ou seja, a praça de alimentação e palco estarão próximos à feira de stands, área kids e diversas outras atrações.

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