Crédito: Divulgação/Universidade Positivo
A poucos quilômetros do maior parque de Curitiba, o Barigui, outra área verde se destaca em meio a um dos bairros que mais crescem na capital, o Ecoville.
O campus da Universidade Positivo (UP), com fragmentos florestais, aves e um lago repleto de peixes é um convite a relaxar e admirar a natureza entre uma aula e outra, mas está longe de ser o único fator que leva esse campus a ser um verdadeiro parque ao ar livre.
Ao longo de seus 25 anos, a universidade vem investindo em sustentabilidade como um dos pilares de funcionamento da instituição, o que levou o campus sede da UP a ser reconhecido com o título de um dos 100 mais sustentáveis do mundo, conforme o ranking de sustentabilidade da UI GreenMetric de 2019, criado pela Universidade da Indonésia.
O GreenMetric é o primeiro e, atualmente, único ranking no mundo a mensurar a questão ambiental em ambientes universitários.
Com 428 mil m², o campus do Ecoville é um microcosmos de experimentos sustentáveis que poderiam ser implementados em cidades de todo o mundo.
E, em muitos casos, as ideias vieram justamente da observação de soluções de grandes centros urbanos.
O objetivo final é reduzir o impacto ambiental que as atividades da universidade poderiam representar.
As iniciativas passam pela destinação correta de resíduos, utilização consciente da água e consumo controlado de energia.
“A sustentabilidade não pode ser um conceito fechado, ela precisa ser um exercício. Precisamos pensar todo o tempo em novas formas de minimizar os prejuízos para o meio ambiente e a sociedade”, afirma a gerente administrativa da Universidade Positivo, Eunice Alcantara.
Ela explica que, atualmente, há uma série de projetos em execução, além de características intrínsecas ao campus, que têm contribuído com esse objetivo.
O mesmo lago que chama a atenção de visitantes por sua beleza cênica tem, também, uma grande finalidade prática por servir de uma bacia de contenção de água da chuva.
Isto significa que ele ajuda a evitar que o excesso de água das chuvas cause enchentes nas comunidades vizinhas ao campus.
Além disso, a água do lago também contribui na irrigação do campo de futebol de que os alunos dispõem, no reuso de água para parte dos vasos sanitários espalhados pela instituição e até mesmo no funcionamento da bomba de troca de calor necessária para manter o aquecimento das piscinas da academia UPX Sports.
Em termos do bom uso de recursos naturais, o consumo de energia elétrica também é observado pelo Sistema de Gestão Ambiental do campus.
A instalação de uma usina fotovoltaica no próprio campus permitiu que várias das construções existentes passassem a utilizar energia solar em seu funcionamento, o que também trouxe economia financeira.
Por fim, a UP realiza a coleta seletiva de resíduos e todo o lixo gerado por estudantes, professores, funcionários e lanchonetes ali localizadas é recolhido com carrinhos elétricos e, posteriormente, repassado a empresas parceiras, que dão a destinação final correta a cada um deles.
Somente em 2022, a média mensal gerenciada pelo campus foi de 363,78 toneladas.
Educação e sustentabilidade
O próprio campus serve como um grande laboratório para que vários cursos, tanto ao nível de graduação quanto ao nível de mestrado e doutorado, possam implantar os conceitos aprendidos.
O Programa de Mestrado e Doutorado em Gestão Ambiental, bem como o curso de Arquitetura e Urbanismo, por exemplo, têm se envolvido ativamente na otimização de fluxos de energia e resíduos, ou mesmo no desenvolvimento de outras soluções inovadoras para os espaços da universidade.
Estas e outras ações realizadas pelos cursos da UP alinham-se ao plano de desenvolvimento institucional (PDI), que tem como compromisso-chave a educação para o desenvolvimento sustentável, alinhada aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).
Conforme a coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo, Fernanda Bertoli Stival, essa é uma maneira de aplicar, na prática, ideias com as quais, de outra forma, os estudantes teriam contato apenas na teoria.
“Estimulamos todas as turmas a buscar boas práticas em cidades ao redor de todo o mundo e adaptar essas práticas à realidade de Curitiba e da própria universidade. Para nós, é muito importante valorizar as soluções que nascem aqui dentro mesmo, afinal, o ensino e a sociedade não podem estar dissociados”, finaliza.