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Como a tecnologia ajuda a evitar fraudes e calotes?

Rafael Lichtenecker mostra como tecnologias de verificação e análise digital ajudam empresas a evitar fraudes estruturais e inadimplência.

Foto-montagem do autor do artigo.

Como a tecnologia pode ser aliada em reduzir inadimplência e prevenir fraudes

Por Rafael Lichtenecker, VP de Operações da idwall, empresa de tecnologia que disponibiliza verificação de identidade, gestão de riscos e onboarding digital.

O cenário atual apresenta desafios significativos para o setor financeiro e demais segmentos, onde a inadimplência e as fraudes estruturais, frequentemente decorrentes da atuação de empresas fraudulentas, como as chamadas “empresas laranja”, elevam os riscos e as perdas financeiras.

Conforme levantamento da Serasa Experian, cerca de 7 milhões de empresas brasileiras deverão começar o ano de 2025 inadimplentes, e com média de 7,4 contas negativadas por CNPJ.

Economicamente pode-se apontar inúmeros fatores que levaram a esse cenário, e, também, alguns motivos relacionados às rotinas daquela empresa, como fluxo de caixa mal controlado e/ou falta de planejamento, em que, consequentemente, levam as companhias em busca de crédito para quitar despesas e dívidas, mesmo que isso acabe agravando ainda mais a situação do negócio e, também, das pessoas que estão por trás daquele CNPJ.  

E, nessa situação, é preciso se atentar a quem é solicitado esse empréstimo: é comum empresas laranjas se passarem por supostas instituições financeiras, em que a pessoa contrata um empréstimo a um suposto funcionário, porém, esse empréstimo só é liberado mediante uma transferência de valores.

Neste caso, a movimentação financeira acaba sendo feita para contas laranjas, caracterizando um esquema de fraude; e assim ela acaba tendo mais prejuízos e, indiretamente, envolvida em um esquema de crédito fraudulento.

Segundo o Relatório de Crédito Empresarial da Serasa Experian (2021), a inadimplência de pessoas jurídicas no Brasil cresceu cerca de 11,5% e, neste mesmo ano, 66% das empresas que sofreram prejuízos financeiros relacionados à inadimplência ou fraudes poderiam mitigar esses riscos com validações cadastrais mais detalhadas e buscas em bases judiciais. 

O quadro apresentado acima amplia os desafios para a adequação às normas de compliance, especialmente aquelas relacionadas à Prevenção à Lavagem de Dinheiro (PLD), já que muitos processos ainda são realizados de forma manual, elevando os custos operacionais e limitando a eficácia na mitigação de riscos.

Para reverter essa situação, a evolução das tecnologias de identificação digital vem transformando a forma de avaliar riscos de crédito, prevenir fraudes e gerenciar clientes com agilidade e segurança.  

Já existem soluções que, de forma automatizada, verificam a identidade, analisam dados cadastrais e fazem o cruzamento de informações provenientes de diversas fontes oficiais, como dados da Receita Federal, bases de sanções e registros judiciais, permitindo uma análise detalhada do perfil.

É importante frisar que as empresas precisam ir além do CNPJ, e analisar também quem faz parte daquele quadro societário, a fim de ter uma análise ampla e detalhada de todo o status daquela empresa.

Por isso, para mitigar fraudes que podem ser oriundas de estruturas societárias opacas, é fundamental adentrar nas camadas e hierarquias do Quadro Societário e Administrativo (QSA).

Ao examinar detalhadamente a composição dos sócios e a regularidade cadastral das empresas, é possível ter um robusto processo de Know Your Customer (KYC), capaz de identificar inconsistências e riscos ocultos.

Essa abordagem é essencial para prevenir a concessão de crédito a entidades com elevado potencial de inadimplência, minimizando perdas financeiras e os impactos das fraudes estruturais. 

Além de investir em um processo automatizado de Verificação de Empresa que analise camada por camada, é essencial que as companhias adotem uma análise recorrente, com o objetivo de manter uma rotina de avaliação e monitoramento dos fornecedores e parceiros comerciais, com foco em segurança e escalabilidade.

No momento atual, é importante analisar o risco e a credibilidade da empresa na profundidade que a sua operação exige, antes e depois de fechar negócio.

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