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Como a acessibilidade disruptou uma indústria

Thierry Cintra Marcondes destaca como a acessibilidade pode revolucionar setores, usando a popularização do touchscreen como exemplo.

Imagens ilustrativas de celulares antigos.

Quem aqui teve celulares de botão? Alguém sente saudades deles?

Não vou entrar na questão dos celulares com internet e múltiplas funcionalidades como WhatsApp, Instagram e TikTok, que acabaram nos “viciando”.

Vamos focar na experiência de usuário que eles proporcionavam.

Os celulares touchscreen trouxeram uma revolução: você pode usá-los na horizontal ou vertical, tem recursos como lupa e zoom para facilitar a visualização, consegue ampliar os teclados como quiser e não precisa aplicar força como nos celulares de botão (o que excluía muitas pessoas idosas e com atrofia muscular).

Tudo isso com menos interações.

O touchscreen não só revolucionou o mercado, permitindo a criação de dispositivos como smartwatches e tablets, mas também influenciou computadores e televisores, que agora são touch.

Em aeroportos e fast-foods, a interação via touch trouxe uma nova dimensão de conveniência, criando experiências mais envolventes e fidelizando os clientes.

Pouca gente sabe, mas o touchscreen foi popularizado pelo iPhone em 2007, após a Apple comprar a patente de uma pessoa com deficiência que tinha síndrome do túnel do carpo e transformou o single touch em multi-touch.

A adoção dessa tecnologia não aconteceu da noite para o dia.

O primeiro dispositivo com tela sensível ao toque foi idealizado em 1965 para controle de tráfego aéreo.

O engenheiro britânico Eric A. Johnson é considerado o inventor da tecnologia.

A necessidade das pessoas com deficiência ajudou a popularizar e transformar essa tecnologia, mostrando que ela poderia ter outras funcionalidades e impactar diversos mercados.

Acessibilidade pode disruptar seu mercado, trazendo novos produtos e serviços, criando novos segmentos que promovem bem-estar e inovação.

A foto de capa deste artigo que contém milhares de modelos e formatos (na indústria chamamos de SKUs) foi tirada no museu do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel) em Santa Rita do Sapucaí (MG) durante o HackTown.

Ela mostra a complexidade dos aparelhos que tentavam ganhar um diferencial competitivo, enquanto a acessibilidade cria formas diferentes de diferenciação, abrindo novos mercados com maior retorno e menor complexidade.

Imagine a complexidade das linhas de produção e processos anteriores comparada à de hoje?

Vamos refletir: como a acessibilidade pode disruptar seu mercado?

Quais novas oportunidades e inovações ela pode trazer para sua empresa?

Um dos meus propósitos é ensinar as empresas verem acessibilidade como uma estratégia de negócio e ajudo a implementar essas estratégias unindo acessibilidade, inovação e impacto, especialmente tangenciando com toda a diversidade.

Sobre o autor

Crédito: Arquivo do site

Thierry Marcondes é engenheiro mecânico formado na Unicamp, fundador das startups Evolucar e Avitus.

O engenheiro descobriu que promover autonomia através da acessibilidade e responsabilidade socioambiental era seu propósito.

Lidera ainda Acessibilidade e Inovação na Accenture, é conselheiro das startups 2.5 Ventures e AUREM, e voluntário nos conselhos do Unicamp Ventures e Frotas e Fretes Verdes.

Thierry também acredita que os surdos revolucionarão o mundo e impulsionarão novas tecnologias.

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