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Cia. Heliópolis leva espetáculo CÁRCERE para mais cidades

A companhia teatral apresentará o espetáculo a mais seis cidades paulistas em agosto, com direito a oficinas gratuitas e interpretação em Libras.

Cena do espetáculo Cárcere.

Companhia de Teatro Heliópolis segue com apresentações por cidades paulistas do espetáculo CÁRCERE ou Porque as Mulheres Viram Búfalos, premiada montagem com encenação de Miguel Rocha e texto de Dione Carlos.

As sessões contam com intérprete de Libras.

Em agosto de 2024, seis cidades são contempladas, encerrando a atual circulação.

São elas: Sorocaba no Sesc Sorocaba, no dia 3/8, sábado, às 20h; Taubaté no Teatro Metrópole, no dia 8/8, quinta, às 19h; Vinhedo no Teatro Municipal Sylvia de Alencar Matheus, no dia 15/8, quinta, às 20h; Limeira no Teatro Vitória, no dia 17/8, sábado, às 19h; Votorantim no Auditório Municipal Francisco Beranger, no dia 22/8, quinta, às 20h; e São Caetano do Sul no Teatro Municipal Santos Dumont, no dia 24/8, sábado, às 19h.

Em cada cidade, nas mesmas datas, os integrantes da Companhia de Teatro Heliópolis ministram Oficinas de Teatro gratuitas para os interessados, maiores de 16 anos.

Em 2022, CÁRCERE ou Porque as Mulheres Viram Búfalos ganhou o Prêmio APCA (Dramaturgia; indicado também em Direção), Prêmio SHELL de Teatro (Dramaturgia e Música; indicado em Direção), VI Prêmio Leda Maria Martins (Ancestralidade) e foi relacionado entre os Melhores Espetáculos do Ano pela Folha de S. Paulo.

A montagem aborda a forte presença feminina no contexto do cárcere.

O enredo parte da história das irmãs Maria dos Prazeres e Maria das Dores, cujas vidas são marcadas pelo encarceramento dos homens da família: primeiro, o pai; depois, o companheiro de uma; agora, o filho da outra.

No presídio, o jovem Gabriel, que sonha em ser desenhista, aprende estratégias de sobrevivência para lidar com as disputas internas de poder e a falta de perspectivas inerentes ao sistema carcerário.

Naquele microcosmo, a violência dita as regras e não poupa os considerados fracos ou rebeldes.

Fora dali, em suas comunidades, as mulheres, mães, filhas, afilhadas, buscam alternativas para tentar romper os ciclos de opressão que as aprisionam em existências sem futuro.

A história das irmãs é um disparador no enredo de CÁRCERE ou Porque as Mulheres Viram Búfalos para expor o quanto é difícil se desvincular da complexa estrutura do encarceramento.

Enquanto a mãe enfrenta o sistema jurídico na tentativa de libertar o filho preso injustamente, lutando pela subsistência da família e do filho, sua irmã é refém do ex-companheiro, a quem deve garantir suporte no presídio, sem direito a uma nova vida conjugal.

O espetáculo mostra que os saberes ancestrais resistiram à barbárie e atravessaram os séculos nos corpos, nas vozes e nas crenças dos africanos, os quais, escravizados, fizeram a travessia do Atlântico.

Iansã, Rainha Oyá, a deusa guerreira dos ventos, das tempestades e do fogo, não abandonou o seu povo.

Ela permanece iluminando caminhos e inspirando fabulações para que seus filhos e filhas experimentem, por fim, a liberdade.

As apresentações e oficinas integram o projeto CÁRCERE ou Porque as Mulheres Viram Búfalos — Circulação, contemplado pela Lei Paulo Gustavo SP — Edital n.º 20/2023 — Difusão, que inclui 18 cidades do estado de São Paulo: Suzano, Praia Grande, Araraquara, Jacareí, Itatiba, Mauá, São José dos Campos, São Bernardo do Campo, Cerquilho, Tatuí, Campinas, Mogi das Cruzes, Sorocaba, Taubaté, Vinhedo, Limeira, Votorantim e São Caetano do Sul.

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