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Livro de Niara Su expõe impactos do garimpo ilegal

Antecipando temas centrais da COP30, o livro ‘Ouro da floresta‘ expõe violências do garimpo e destaca a espiritualidade e resistência dos povos da floresta.

Montagem com capa do livro.

Em Ouro da floresta, a escritora Niara Su convida o leitor a uma imersão profunda nas entranhas da Amazônia, onde o brilho do ouro reflete não somente riqueza, mas também dor, violência e esperança.

Ambientado na região do médio Tapajós, o romance mistura ação, reflexão e espiritualidade, revelando o impacto humano e ambiental do garimpo ilegal que ameaça a floresta e seus habitantes.

A trama acompanha Jonas, um piloto carioca em crise financeira e moral que aceita trabalhar em um esquema de extração ilegal de ouro.

Movido pela ganância e pela promessa de ascensão, ele acaba se envolvendo em uma rede criminosa comandada por Rocha, líder do crime organizado local.

As escolhas de Jonas desencadeiam uma série de tragédias que o levam a um doloroso confronto com sua própria consciência — e com a floresta viva que tudo observa.

Por trás da narrativa de suspense e aventura, Ouro da floresta é também uma denúncia social.

A autora retrata a dura realidade dos ribeirinhos e povos indígenas, afetados pela degradação ambiental e pela exploração do território.

Personagens como Ayana, uma jovem marcada por um acidente brutal; Kayãn, seu irmão, que busca sustento em meio ao caos; e Niara, símbolo da resistência indígena, tornam-se vozes da floresta, revelando a face humana por trás das estatísticas e manchetes.

A presença do Pajé, guardião da sabedoria ancestral e da própria floresta, que assume papel de personagem, amplia o tom simbólico da obra.

Sob sua influência, Jonas inicia uma jornada de redenção e despertar espiritual, descobrindo que o verdadeiro ouro da Amazônia não está nas jazidas escondidas sob o solo, mas na riqueza invisível de sua biodiversidade e de seus povos.

— Eu não consigo me libertar da minha ganância, Pajé!

— Os espíritos da floresta o trouxeram até aqui, para que você encontre sua verdadeira essência e atenda ao chamado da Mãe Natureza. Sua ganância o tirou do caminho. Você precisa se libertar dela!

— A sua ganância é como o mercúrio. Você tem que queimá-la, acendendo a chama da sua alma para que sua essência brilhe como o ouro. Use suas boas lembranças. Elas são suas chamas. Elas o ajudarão a descobrir o seu chamado!

(Ouro da floresta, p. 173)

Ouro da floresta carrega em sua essência a missão de transmitir um chamado à preservação da vida e da floresta. O romance mostra que o verdadeiro ouro é o verde de sua biodiversidade, que representa a cura de males e a garantia da existência humana no planeta. Essas questões merecem ser debatidas, com a devida fala dos povos indígenas e comunidades ribeirinhas”, afirma a autora.

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