O projeto TERREIROS NÔMADES — Macamba Faz Mandinga — Saberes Afrodiaspóricos nas Corporeidades da Cena promoverá alguns encontros com o brincante e percussionista Jorge Fofão em escolas da Zona Sul de São Paulo.
As atividades acontecem no dia 6 de agosto na EMEI Cruz e Souza e no dia 13 de agosto na EMEF Ana Maria Alves Benetti.
Em ambas, nos dois turnos escolares.
Frevo — Lutas, Persistências e Capoeiragem é o tema das atividades e vivências que buscam integrar alunos e professores.
A abordagem não se restringe ao encontro.
O tema será retomado pelas escolas e estudado junto aos alunos, expandindo as possibilidades de entendimento.
Terreiros Nômades é realizado pela N’Kinpa — Núcleo de Culturas Negras e Periféricas.
Contemplado na 41ª edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, TERREIROS NÔMADES — Macamba Faz Mandinga — Saberes Afrodiaspóricos nas Corporeidades da Cena visa valorizar as culturas africanas, afrodiaspóricas e originárias colaborando para a aplicação efetiva, por meio da linguagem artístico-pedagógica, das Leis Federais n.º 10.639/03 e n.º 11.645/08, que estabelecem a obrigatoriedade do ensino de história e de culturas afro-brasileira e indígena nas grades curriculares do ensino fundamental e médio.
As duas escolas envolvidas no projeto, EMEF Ana Maria Benetti e EMEI Cruz e Sousa, foram contempladas por serem instituições onde essas leis são aplicadas, levando a educação antirracista para além do material didático.
Ao longo de 2024, várias atividadese estudos vêm sendo realizados nas escolas numa parceria da N’kinpa com coletivos do entorno: vivências com mestres da cultura afrodiaspóricas, palestras e bate-papos com pensadores da cultura negra e indígena, encontros com pais, alunos e comunidade, programas de podcast (Diáspora — A Cor da Nossa Cultura em Encontros e Redes) e criação de um espetáculo de teatro performático, concebido a partir desse percurso, cuja estreia está prevista para novembro.
Segundo Joice Jane Teixeira, idealizadora e proponente do projeto Terreiros Nômades e coordenadora da coletiva N’kinpa, “a escolha das duas escolas, além de serem instituições cujos projetos políticos-pedagógicos se pautam na implementação das leis 10.639/03 e 11.645/08, deve-se ao fato de estarem localizadas no bairro do Jabaquara, na região sul da cidade, um dos territórios de grande relevância histórica para o povo negro”.
E completa:
“Buscamos com ações, conteúdos e vivências estabelecer, além de um diálogo com crianças, jovens e adultos, devolver o que lhes foi negado, ou seja, as histórias e os saberes de povos que, por conta do racismo estrutural histórico, foram e ainda são invisibilizados. Acreditamos que a partir disso ampliaremos as reflexões políticas, culturais e sociais/econômicas, além de fomentar e formar um público ativo na luta pelos direitos, propositivo e participativo da vida de sua comunidade”.
Mais informações sobre o palestrante
Jorge Fofão é natural da Ilha de Itamaracá–PE, criado em Olinda.
Vivenciou todas as manifestações culturais pernambucanas em comunhão com a cidade histórica de Olinda, que lhe deu subsídios para sua formação.
É educador social, dançarino e percussionista popular, ator e brincante, além de pesquisador do frevo e capoeira, tendo em sua trajetória grandes mestres da cultura brasileira, como Mestre Nascimento do Passo, Dinho Nascimento, Zumbi Bahia, Mestre Salustiano, Mestre Sapo, Mestre Lázaro Raimundo, Mestre Branco e outros.
Fundador do grupo Frevo Capoeira e Passo (Olinda) e membro do Grupo Calungas do Passo (SP); foi músico da Orquestra de Berimbau, dirigida por Dinho Nascimento; atuou como educador social na Fundação Casa e como dançarino e professor de dança e capoeira na Europa.
Atua ainda como professor de dança e capoeira na Oca Escola Cultural.