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Fazer as crianças se alimentarem de forma saudável, comendo verduras e legumes, é uma tarefa desafiadora e uma preocupação constante na maioria dos lares, principalmente nesses tempos modernos em que a correria e o estresse atropelam hábitos como o de se sentar à mesa para aproveitar uma refeição em família.
O nutricionista funcional e responsável técnico da Growth Supplements, Diogo Cirico, explica que vários fatores podem interferir nos hábitos alimentares e detalha uma série de estratégias para melhorar a relação que as crianças têm com a alimentação.
Segundo o nutricionista, nossos hábitos alimentares terão um impacto direto na saúde dos nossos descendentes.
Por isso, o primeiro conselho é: tenha uma alimentação equilibrada antes mesmo de você planejar ter filhos.
“Seu filho come o que você come. Crianças aprendem por imitação. Se elas observam seus pais comendo alimentos saudáveis e mantendo hábitos equilibrados, é provável que sigam o mesmo caminho”, diz.
Evite compulsões alimentares
Crianças não conhecem o sabor do doce e dos alimentos industrializados até que os próprios pais ou alguém da família despertem o paladar para aquele alimento, que é ultrapalatável.
Essa predisposição por doces e ultraprocessados pode ser evitada.
“Basta não colocar açúcar, sal em excesso e alimentos industrializados na dieta das crianças. Mantenha uma alimentação natural, com base em frutas, verduras, legumes, grãos e carnes magras”, conta.
Atenção ao ambiente
Discussões, uso constante de celulares e um ambiente caótico durante as refeições podem alterar a produção de hormônios, como o cortisol, reduzindo o apetite das crianças e alterando a relação que elas têm com a comida.
“Para as crianças pequenas, comer é visto como uma perda de tempo, então priorize um ambiente tranquilo, amoroso e acolhedor, onde comer não seja visto como uma obrigação, mas como um momento de prazer e união familiar”, aconselha o nutricionista.
Saia do automático
Cirico explica que é preciso garantir que as crianças prestem atenção ao ato de se alimentar.
“Isso é importante porque as emoções influenciarão as escolhas alimentares e aquilo que comemos influenciará os sentidos como um todo. Hoje as pessoas se alimentam no modo automático, mas devemos dar atenção para todas essas emoções e sensações para construir uma relação saudável com a comida”, comenta.
Lúdico: formas e cores
Uma das formas de chamar a atenção das crianças é usando as cores, os sabores e formas diferentes.
Use apresentações criativas para tornar os alimentos mais atraentes, decore o prato com um sorriso feito de legumes ou use cortadores para dar formas divertidas à comida.
“Para as crianças, o aspecto lúdico pode ser um grande motivador. Envolva seu filho no preparo das refeições. Vocês estreitam laços e isso ainda melhora a relação dele com a comida”, reforça o nutricionista.
Dedicação
O desenvolvimento do paladar é um processo que demanda tempo e que pode sofrer alterações ao longo dos anos.
“Se hoje seu filho não gosta de feijão, por exemplo, não significa que ele nunca gostará. Continue oferecendo, mas sem pressão, permitindo que a criança explore novos sabores ao seu próprio ritmo. Como pais, nosso papel é de facilitadores desse processo, oferecendo as opções mais saudáveis e educando pelo exemplo”, diz.
Não desanime
Cirico conta que despertar bons hábitos é uma tarefa trabalhosa, mas a recompensa é farta.
Comemorar as pequenas conquistas é um importante fator motivador para as crianças.
“Nem todos os dias serão um sucesso, e mesmo assim está tudo bem. Existirão momentos em que, apesar de todas as tentativas, seu filho simplesmente recusará comer determinado alimento. Respeite o apetite e as preferências dele e saboreie as vitórias quando elas vierem”, completa.
Resumindo, eis sete lições para ajudar o seu filho a comer melhor:
1 – Dê o exemplo, tenha uma alimentação saudável;
2 – Não apresente açúcar, sal em excesso e industrializados às crianças pequenas;
3 – Envolva as crianças no preparo da alimentação;
4- Use cores e formatos diferentes na apresentação dos alimentos;
5- Tenha um ambiente calmo e tranquilo durante as refeições;
6 – Ajude a criança a se concentrar no ato de comer, isso melhora a relação com a comida;
7 – Tenha paciência, não desista.