Desde a última terça-feira (23), Dia Mundial do Livro, crianças com e sem deficiência, que residem em áreas periféricas da cidade de Olinda, na Região Metropolitana do Recife, podem vivenciar um conjunto de atividades voltadas ao incentivo à leitura e literatura infantil.
A formação, oferecida gratuitamente aos participantes, tem como proposta proporcionar a inclusão por meio de atividades lúdicas, recreativas e de integração sobre a própria cultura e identidade local.
Os encontros estão sendo realizados no Instituto Social e Cultural de Sítio Fragoso, Av. Agamenon Magalhães, n.º 105 — bairro: Fragoso, Paulista, no horário das 14h às 16h30.
Até a sexta-feira, dia 26, 50 crianças e adolescentes, com idade média entre 08 e 18 anos, vão poder entrar em contato com obras consagradas da literatura brasileira, como forma de acessarem conhecimento sobre a própria identidade cultural.
“É um momento muito importante de integração sociocultural, no qual o público, com e sem deficiência, são estimuladas a experienciar o universo literário através da imaginação e da inclusão” explica a idealizadora e coordenadora do projeto, Eliz Galvão.
O arte-educador, Aderson Abreu, destaca que a oficina de contação de história pretende despertar o interesse da garotada para a leitura.
“A oficina acontece da seguinte maneira: os participantes, sem deficiência, são vendados nos olhos por uma viseira de tecido. Em seguida, faço um convite para que eles conheçam de que maneira as pessoas cegas ou baixa visão leem os livros, se comunicam e se locomovem. Inclusive, na atividade trabalhamos com livros infantis com braile (sistema de escrita tátil utilizado por pessoas cegas ou com baixa visão). Ou seja, uma vivência totalmente integrada”, diz.
Além da experiência da inclusão, a oficina também busca apresentar às crianças e adolescentes dinâmicas sensoriais.
“Nas aulas, levamos alguns temperos, de uso de receitas do nosso dia-a-dia, para que eles possam reconhecer, por meio do cheiro. O bacana é que, enquanto uns estão com olhos vendados, outros ficam dando apoio de olhos abertos. E, desta maneira, a atividade acaba estimulando como uma pessoa com deficiência pode se relacionar”, reforça.
O projeto vai oferecer, ainda, uma formação sobre mediação de leitura.
Neste caso, a ideia é capacitar os adolescentes sobre a importância do uso da mediação de leitura como ferramenta de educação e cultura.
“A ideia é realizar atividades práticas que estimulem o uso consciente dos livros que serão doados pelo projeto. Na oficina, ensinamos como a leitura é fundamental na garantia dos direitos sociais, e que cada um de nós precisamos despertar para este hábito que pode aumentar nossos conhecimentos e transformar nossa própria realidade” pontua o arte-educador, Guga Bezerra.
A oficina faz parte do projeto Ler Pra Ser, e conta com incentivo da Fundarpe, Secretaria de Cultura e Governo de Pernambuco, por meio dos recursos do Funcultura, e a coordenação geral é da empresa Liga Criativa.