Written by 10:00 Cultura, Entrevista, Teatro Views: 7

O impacto do Circo di SóLadies para uma arte mais inclusiva

Explorando a interseção entre arte, humor e empoderamento feminino, o Circo di SóLadies traz novas vozes e experiências para o cenário cultural brasileiro.

Theo Oliveira e Verônica Mello, Integrantes do grupo Circo di SóLadies/Nem SóLadies e entrevistadas do dia.

O Circo di SóLadies/Nem SóLadies, que completou 10 anos em 2023, é formado por artistas que pesquisam a linguagem cômica na cena teatral, circense e audiovisual.

O grupo foi criado partindo da percepção de que havia ainda um pequeno espaço dado à mulher nas artes cênicas em se tratando de comicidade e linguagem da palhaçaria.

Desde o início de sua formação, o grupo trabalha com criação de esquetes, intervenções cênicas e espetáculos com dramaturgia própria, utilizando o jogo cênico, o improviso e estudos teóricos sobre o feminismo, como elementos fundamentais para a conexão e interação com o público, estimulando imaginação para a conquista do estado da graça e do riso.

Em 2017 criaram o primeiro canal no YouTube, aprofundando a experiência da fusão entre as linguagens palhaçaria-audiovisual.

Atualmente o repertório do grupo conta com espetáculos e intervenções, entre eles: o infantil Estupendo Circo di SóLadies, o infantojuvenil Choque-Rosa, com direção de Luciana Viacava; o espetáculo A Tenda, dirigido por Karla Concá, do Grupo As Marias da Graça (RJ), o projeto Des.Cantadas o Show, o espetáculo/show musical Concerto em Cores com direção de Tereza Gontijo e o mais recente trabalho: A História não Contada das Músicas Infantis, um espetáculo cheio de segredos a serem revelados!

Quer saber mais sobre como o Circo di SóLadies está revolucionando a cena artística brasileira com humor e empoderamento feminino?

Não perca a entrevista com Theo Oliveira e Verônica Mello onde exploraremos as histórias por trás de cada apresentação, as influências do grupo e as visões para o futuro da palhaçaria inclusiva!

Victor Hugo Cavalcante: Primeiro, é um prazer recebê-los no Jornal Folk, e gostaria de começar com a seguinte pergunta: O que motivou a criação do Circo di SóLadies/Nem SóLadies em 2013, e como vocês enxergam o espaço da mulher cis e trans na comédia e palhaçaria hoje, em comparação com o início do grupo?

Theo Oliveira: Estamos muito felizes em estar aqui e agradecemos esse espaço.

O que motivou a criação do grupo, em 2013, momento em que éramos apenas eu e a artista Lilyan Teles, é que achávamos que havia pouco espaço para mulheres palhaças.

Então pensamos: vamos criar um trabalho que fale exatamente sobre isso, questionando também a nossa existência em cena.

A partir disso, o grupo passou por muitas mudanças.

Eu transicionei, a Lilyan hoje não faz mais parte do elenco, e hoje nós temos mais duas artistas: a Kelly Lima e a Verônica Melo.

Também fez parte do grupo a artista Vanessa Rosa, que ao longo do tempo também acabou saindo.

Eu acho que hoje o espaço da mulher cis e trans na comédia e palhaçaria é “menos pior” do que antes (risos).

E falo desta forma porque ainda faltam muitos espaços tanto para a mulher quanto para corpos dissidentes, principalmente em festivais e grandes contratações, que acabam sempre focando em corpos cis normativos, brancos e héteros, normalmente homens.

Por isso a importância deste trabalho e sobre o que ele fala.

Além do nosso grupo, muitos outros se formaram desde então e estão na cena.

Grupo de pessoas trans, grupo de mulheres, grupo de pessoas pretas.

Muita gente que tem esse viés da resistência, ocupando espaços no circo, mas ainda tem muito chão para caminhar.

Victor Hugo Cavalcante: Ao longo desses 10 anos, quais foram os maiores desafios que vocês enfrentaram ao trabalhar com uma linguagem cômica a partir de uma perspectiva feminista?

Verônica Mello: Primeiro eu gostaria de trazer que no início, assim como quando a gente começou a se colocar enquanto um grupo feminista, tivemos bastante resistência de muitas pessoas que achavam isso negativo.

Por outro lado, também havia outras pessoas com uma certa preocupação sobre o que isso poderia gerar enquanto identidade do grupo.

Ainda havia quem se preocupava com a gente e que pensava: se vocês se colocarem como palhaçaria feminista, vocês vão ter resistência.

E de fato acredito que a gente teve sim algumas resistências.

Mesmo assim insistimos, porque para nós é importante e uma ação inclusive política, se colocar enquanto um grupo feminista e pensar nesse feminismo interseccional, que considera as interseccionalidade e a complexidade das relações humanas e das sociedades, e como elas interagem.

A questão da mulher, da transgeneridade, a questão das pessoas pretas, a questão de classe e pensar em um feminismo que não lide apenas com questões Cis.

Ao nos colocarmos como um grupo feminista havia uma questão política no início, então a tinha dificuldades e até um certo medo também, mas acho que temos encarado isso de frente, o que fez com que chegamos a quem nós somos hoje.

Eu acho que é muito importante criar uma linguagem que dialogue com esses conceitos também, pensar numa palhaçaria que não seja opressora e que traga para a cena, as questões das opressões da sociedade para desconstruí-las.

Victor Hugo Cavalcante: O que vocês destacariam como os principais aprendizados e conquistas do grupo ao longo dessa década de existência?

Theo Oliveira: Acho que o aprendizado que temos durante essa década de existência é aprender a ser grupo diante de uma sociedade que nos quer apenas como indivíduos, né?

O que é ser um grupo, estar como grupo, trabalhar como grupo, atuar como grupo, tudo isso é um grande aprendizado sobre coletividade. Isso é uma conquista, né?

É uma conquista também continuar existindo diante de tantas dificuldades, de poder trocar com outros grupos que vão para essa mesma pesquisa, pesquisa similares ou pesquisas que questionam a sociedade.

E ter nessa troca grandes referências, além de poder compartilhar experiências com quem está vindo depois.

É uma conquista pensar que essas pessoas podem construir suas histórias a partir de coisas que a gente já desenvolveu e poder até evitar erros que nós já cometemos.

Victor Hugo Cavalcante: A fusão entre palhaçaria e audiovisual é um elemento marcante no trabalho de vocês. Como surgiu essa combinação e como ela evoluiu desde a criação do canal no YouTube em 2017?

Verônica Mello: O surgimento do canal se dá primeiramente a partir de uma necessidade de pesquisar a máscara da palhaçaria de diversas formas.

Além disso, tínhamos um grupo com poucas oportunidades de trabalho remunerado e tal. Então optamos por trabalhar isso na internet.

Foi naquele espírito de “bora fazer” o que pouquíssimas faziam.

Como quase ninguém fazia isso com a máscara nessa época, nós recebemos muitas críticas.

As pessoas questionavam: “Ah, mas por que usar o nariz de palhaço na câmera? Não faz sentido”.

Mas a gente insistiu e, apesar das críticas, continuamos fazendo os projetos virtuais, o que nos deu também estrutura para sobreviver durante a pandemia, momento em que os grupos tiveram que correr atrás para aprender a fazer o que nós já sabíamos um pouco. Inclusive pudemos fazer espetáculos online ao vivo, usando a tecnologia que já tínhamos aprendido e também aprendendo novas.

É uma possibilidade de uso do canal na internet e da rede social como para comunicar questões importantes do grupo e questionamentos sobre a sociedade.

Criar rupturas, momentos de reflexão.

Nós sempre apostamos nessa fusão entre as linguagens e com isso fomos aprendendo muitas coisas.

Antes mesmo da pandemia nós já trabalhávamos com live, por exemplo.

Temos uma intervenção que chama In.Press, onde são feitas entrevistas, que transmitimos em lives no nosso canal no YouTube.

É uma intervenção que acontece em tempo real, no momento da cena.

Acontecendo ao vivo com a pessoa ali, frente a frente e com transmissão online.

Um projeto que aposta na sincronização de linguagens.

A palhaçaria ao vivo, com pessoas sendo abordadas em tempo real e tudo sendo transmitido pela internet, com comentários online.

O nosso canal no YouTube hoje também é um espaço de registro de memórias de pessoas que trabalham com palhaçaria, com humor ou com arte.

Temos um programa que chama Inter.Viu em que as pessoas entrevistas estão com máscara, falamos sobre a trajetória e a história deste profissional.

Temos casos de pessoas que nunca haviam dado uma entrevista e que toparam se colocar como palhaço para o vídeo.

Inclusive esse foi o programa que mais fizemos durante a pandemia.

Victor Hugo Cavalcante: A formação individual de cada integrante do grupo é diversa. Como o background de cada uma, Greice com o jornalismo e roteiro, Augustine com design e música; e Úrsula com a atuação e educação, contribui para o trabalho coletivo do Circo di SóLadies?

Theo Oliveira: Bom, por sermos um grupo feminista, a gente vê que é muito importante que cada pessoa e sua história esteja também nos nossos processos criativos e nas nossas relações de trabalho.

Então, por exemplo, a Kelly, a palhaça Greice, é formada em jornalismo, por isso, quando criamos o canal, tinham várias coisas relacionadas a entrevista.

O In.press mesmo, sendo a ação feita ao vivo com as pessoas, é formada por entrevistas.

E aí a Kelly cria os roteiros, pensa os roteiros.

A gente sempre pensa as coisas em conjunto, mas sempre tem alguém que encabeça e depois todo mundo opina e troca.

Então, aí entra o jornalismo e o roteiro.

Augustine, que sou eu Theo, vim do design e da música.

Antes de ser palhace, eu era designer.

E sou ainda, todas as artes gráficas do grupo, normalmente, sou eu que faço.

Claro que às vezes, quando a gente tem projetos, a gente consegue também contratar pessoas para nos auxiliar, mas normalmente quem pensa as coisas para as redes sociais de arte ou dos nossos materiais sou eu.

E música, porque desde a minha formação de palhaçaria, eu tenho muito interesse pela música, então hoje eu tô fazendo faculdade de música.

Isso é algo que me provoca muito, assim, todos nós também temos desejos próximos à música.

Então, às vezes eu trago coisas e aí todo mundo opina também e repensamos juntos.

Muitos dos nossos espetáculos são criações de músicas próprias.

Então, acho que são pesquisas que a gente vai construindo em conjunto.

E a Verônica, a qual é a Úrsula, na Atuação em Educação.

Verônica é formada há mais de 25 anos em teatro pela Unicamp e trabalhou também como educadora.

Como temos as oficinas de palhaçaria e feminismo, ela é a pessoa que encabeça um pouco o caminhar da pedagogia.

Todos nós temos experiências também com oficinas.

Eu já dei aula no programa Vocacional, mas a Verônica tem essa experiência aí de anos.

Então, ela constrói um pouco mais essa pedagogia junto ao grupo.

Victor Hugo Cavalcante: O que inspirou a criação do espetáculo A História não Contada das Músicas Infantis?

Theo Oliveira: quando estávamos na pandemia, decidimos criar as histórias das personagens das músicas infantis que a gente desconstruía.

Por exemplo, no Estupendo Circo di SóLadies, um dos espetáculos do grupo, a gente desconstrói as músicas do Sapo-cururu, do Cravo e a Rosa e da Pombinha Branca.

Então decidimos também criar as histórias e isso já era um desejo bem anterior à pandemia.

A ideia inicial era fazer o videoclipe desses personagens, e aí, no fim, já que na pandemia a gente tinha essa relação com ficar em casa para se cuidar, tivemos algum tempo para pensar em alguns projetos que estavam na gaveta.

Criamos então as histórias e fiz a animação.

São quatro vídeos com animação no nosso canal do YouTube sobre as histórias desses personagens.

E aí um dia nos pediram uma contação de histórias e acabamos transformando as que estavam em vídeo em um espetáculo.

Foi assim que surgiu A História não Contada das Músicas Infantis, que estreou em janeiro de 2024.

Foi bem legal, um espetáculo bem gostoso, super para criança e a gente conta as histórias e canta também as novas versões das músicas.

Victor Hugo Cavalcante: Como o grupo busca integrar elementos teóricos sobre feminismo na criação dos espetáculos e na interação com o público? Poderiam compartilhar exemplos de como isso se reflete no palco?

Verônica Mello: Com os nossos trabalhos buscamos provocar o público a refletir sobre as desigualdades e as questões que são inerentes ao feminismo.

Por exemplo, no espetáculo O Estupendo Circo di SóLadies, o nosso primeiro espetáculo, refletimos sobre essa questão da competição entre as mulheres, onde as mulheres não se escutam, as personagens da estrutura do espetáculo não se escutam.

Isso vai se refletindo na ação desses personagens que, com o tempo, vão tomando consciência de que isso está acontecendo, e aos poucos vão tentando transformar isso.

E, com a ajuda do público, com a ajuda de Augustine, e ajuda também na reflexão sobre as coisas, vão transformando essa forma de agir.

Trazemos também o tema da sororidade nesse espetáculo.

E como Augustine também é uma pessoa trans, a questão não fica atrelada apenas à relação entre as mulheres, mas busca pensar em redes de apoio, redes de afeto e em como podemos construir novas formas de relação, que sejam de apoio entre as pessoas.

A gente tem também a desconstrução das músicas infantis onde o papel de gênero está muito definido, estruturado.

Isso acontece tanto no Estupendo Circo di SóLadies, quanto no espetáculo Concerto em Cores, por exemplo, em que questionamos algumas músicas como Terezinha de Jesus, que na música original precisa de três homens para se levantar.

“O primeiro foi seu pai, o segundo seu irmão, o terceiro foi aquele que a Teresa deu a mão”.

Ela precisa de três homens e ainda tem que casar.

E aí subvertemos ao entender que essa personagem, na verdade, era uma skatista, por isso que ela caiu.

Daí ela é a Terezinha de Capuz e não precisa desses três homens para se levantar.

Então a gente faz a recriação dessa música questionando esse lugar.

Outro exemplo é a música da Galinha Pintadinha, em que a galinha ficou doente, o galo nem ligou e quem ajudou foram os pintinhos.

A gente questiona esse lugar, que essa galinha não quer ficar com esse galo carijó, que não dá menor atenção para ela, para a família e para as estruturas que eles estão construindo, deixou as crianças trabalhando para ajudar a mãe.

Por isso ela vai embora, ela dá no pé e vai ter a sua própria vida.

No espetáculo Choque Rosa temos a história de quatro mulheres que vivem dentro de casa.

A quinta mulher, a qual é a Maria, sai e vai descobrir o lado de fora, o qual é o lugar que não é, entre aspas, destinado a corpos dissidentes.

Esses corpos têm que ficar fechados, trancados em casa ou nos espaços para não interferir.

O lugar do serviço, do cuidado, do interno, não do fora.

Elas, então, resolvem sair de dentro, de casa, e isso a partir das cartas que a Maria vai enviando para elas.

Então, a gente vai desconstruindo esse lugar estabelecido a partir da descoberta das próprias figuras, das próprias palhaças e palhace dentro desse espetáculo.

O objetivo é desconstruir as estruturas estabelecidas do que é feminino, do que é masculino, da masculinidade, da feminilidade.

E essas figuras vão descobrindo como ser quem elas são, quem realmente são essas pessoas.

O público vai junto na brincadeira, no jogo, no riso, no bom humor.

De forma lúdica, acabamos abordando temas complexos como a violência doméstica, e o lugar da representatividade das mulheres e das pessoas de corpos dissidentes nas estruturas.

Acho que é por aí.

E isso vai refletindo na forma de fazer também o espetáculo, além da temática, o jeito que a gente constrói essa temática.

Victor Hugo Cavalcante: Vocês promoveram uma oficina e um grupo de estudos sobre Palhaçaria Feminista. De que forma essas atividades se conectam com os desafios atuais no campo da comicidade, e qual impacto esperam gerar na cena artística brasileira?

Theo Oliveira: O grupo de estudos teve base teórica em livros feministas que inspiraram um pouco a nossa caminhada, e o objetivo era abrir um grupo mesmo, para que pudéssemos debater, pensar, repensar alguns lugares.

E eu acho que o maior desafio é exatamente entender como a teoria feminista e de feminismos pode realmente nos ajudar a transformar um pouco esse espaço da comicidade e da palhaçaria.

Quando criamos espetáculos, intervenções, sempre temos esse cuidado com a base teórica, para podermos entender que caminho seguir com esse humor, com essa palhaçaria que estamos construindo.

Então, eu acho que o maior desafio é elencar as duas coisas.

Nós sempre trazemos essa pergunta nos encontros, um pouco também para sentir delas o que está acontecendo, como isso é visto e como está se dando.

E eu acho que esperar um impacto, algo que gere na cena brasileira, artística brasileira, pode soar um pouco audacioso, não sei nem se eu tenho esse pensamento com tamanha imensidão.

Me parece um distante, mas o que podemos dizer é que às vezes nosso trabalho incomoda.

E muitas pessoas querem desmerecer um pouco o que a gente faz, então…

Acredito que algum impacto a gente está causando, porém, também acho que por estarmos vivendo isso na atualidade é um pouco mais difícil de tanger o que está rolando.

Talvez daqui a alguns anos poderemos falar melhor sobre isso.

Victor Hugo Cavalcante: O grupo participou de importantes festivais e projetos, como o Circuito SESC de Artes e o edital Pulsar Sesc RJ. Como essas participações impactaram a trajetória artística do Circo di SóLadies?

Theo Oliveira: Bom, participar de festivais, encontros, é sempre uma delícia para a gente.

É um momento em que podemos trocar, conhecer pessoas de outros lugares, que não estão só da região onde estamos, vivenciar outras experiências com outras pessoas.

Para a gente isso é muito rico, é muito inquietante, é muito quente.

Podemos dizer que dá aquele quentinho no coração, assim.

E aí está nesses dois eventos específicos que você cita aqui, Circuito Sesc de Artes e Digital Pulsar Sesc Rio de Janeiro, foi uma experiência incrível!

Primeiro porque é uma delícia viajar fazendo o que a gente faz, né?

Além de poder trocar tanto com artistas locais das cidades que a gente visita, como também com os artistas que viajam conosco, poder passar dias fazendo isso.

No Circuito Sesc de Artes, por exemplo, viajávamos cinco dias, passando por três cidades, dormia, acordávamos com um grupo de pessoas.

Fora que eram pessoas de outras linguagens, então tinha uma galera da música, da dança, das artes visuais, que renderam amizades até hoje.

O Círculo Sesc de Artes era montado naquela praça mais conhecida da cidade, todo mundo frequenta, e é um baita evento com todas as linguagens.

Sempre muito público, muita gente conversando depois.

É uma movimentação muito gigante da equipe de trabalho também, de funcionários, foi uma experiência gratificante.

E estar no Sesc Pulsar também deu a oportunidade de conhecermos várias cidades do Rio de Janeiro levando o nosso trabalho em territórios que são às vezes mais difíceis de estar, por falta de investimento.

É muito difícil viajar no Brasil.

Aliás, o nosso desejo é poder estar nos lugares do Brasil, ocupando, estando e trocando ideias com as pessoas.

Victor Hugo Cavalcante: Como vocês enxergam o futuro do Circo di SóLadies? Existem planos ou sonhos que ainda querem realizar após essa primeira década de história?

Theo e Verônica: A gente enxerga com o desejo de continuar como grupo nessa caminhada, aprendendo, desenvolvendo mais, entendendo mais como chegar nessa palhaçaria crítica, questionadora, e que, ao mesmo tempo, tem uma potência do humor e da comicidade, na busca por ir transformando alguns paradigmas.

Temos o sonho também de ter um motorhome, viajar pelo Brasil e pelo mundo.

Nos vemos ministrando oficinas, conhecendo gente, trocando, trocando.

Você vê que o verbo que usamos foi “trocar”, né?

Porque é isso, acreditamos que crescemos muito quando a gente troca, escuta e pode estar junto, né?

O maior desafio é a gente ser grupo, então também expandir o grupo para outras relações e outras conexões

É um desejo nosso e um sonho que possa continuar.

E, viva a arte!

(Visited 7 times, 1 visits today)
Close
Pular para o conteúdo