Na última sexta-feira (16/08), chegou em todas as plataformas de música o terceiro single de Leo Quintella, uma versão da clássica de 1977, A Cara e a Coragem, de Guilherme Arantes.
“Começo dizendo que o Guilherme Arantes talvez seja o artista da MPB com o qual eu mais me identifico. Sempre tentei me encontrar nos artistas que amo da MPB e me encontrei muito no Guilherme. Acho que bastante pela influência ‘beatle’ que ele tem, mas também os temas das músicas e como ele traz isso”, relata.
A faixa, que irá integrar seu mais novo disco, The Singles, tem um significado especial para o artista.
Leo conta que, apesar da relação maravilhosa que tem com sua família, o processo de libertação e crescimento foi desafiador.
“Eu me identifiquei muito, minha avó era professora de música e minha mãe toca piano desde a infância, e tem um trecho dela que diz ‘Deixar lá na sala burguesa o meu piano burguês’, eu achei sensacional. Eu passei recentemente pelo processo de sair de casa e senti muita saudade dos meus pais, meu irmão, mas é uma saudade que eu já estava preparado, que já sabia que em algum momento da vida ia sentir. Mas do piano não! (Risos) Do piano, eu sinto saudade todos os dias, não imaginei viver ele”, brinca.
Guilherme Arantes afirma que recebeu com ótima surpresa a notícia de que um artista de qualidade da nova geração estava querendo gravar uma música muito peculiar de seu repertório, uma das antigas e que, inclusive, deu título ao seu terceiro álbum.
Segundo o artista, ter essa canção redescoberta por esse ‘garoto’, soou como uma bênção mágica.
“Marcus Preto, o produtor, me perguntou se eu curtiria fazer um piano para ele e me mandou a faixa do jeito que Leo me enviou, apenas com um piano Fender Rhodes e a voz. Adorei fazer um diálogo daquilo com o meu “piano de armário” e pedi para manterem o piano elétrico original do Leo, pois o mais legal dessa minha participação é justamente esse diálogo através de nossas mãos. Então, com vocês, Leo Quintella, A Cara e a Coragem, com a participação do Guilherme Arantes… 47 anos depois!”, brinca Arantes.
Lançados nos últimos meses, os singles Loucamente Apaixonado, composto em parceria com Michael Sullivan, e Te amo pra burro deram início à série que irá compor seu “(quase) álbum”, como descreve o artista.
Embalado pelo mood excitante da estética 80s, no novo projeto Leo mistura boogies e baladas em um repertório que passa por canções próprias, parcerias e versões.
Com direção artística de Marcus Preto, o álbum será composto por oito singles que serão lançados separadamente em 12 meses e que, ao final, será disponibilizado em vinil.
Sobre a escolha do formato de lançamento, Leo descreve que o ‘(não) álbum’ nasce de uma ideia inusitada junto ao diretor artístico.
“Eu acho incrível aquele lance de coletânea, onde o artista, de uma forma, joga as músicas e meio que diz: é isso que eu tenho para agora. A minha ideia e do Marcus foi de pensar em um jeito atual de fazer isso, aí nasce The Singles”, explica.
Marcus Preto, que ainda não conhecia o trabalho do artista, se impressionou.
E foi em uma conversa despretensiosa, mostrando as músicas e falando sobre referências que tudo nasceu.
“Logo percebi essa personalidade dele incomum, essa voz meio Arnaldo Antunes, mas utilizada para o pop. Daí Leo fez a letra com Sullivan, chamamos o Pupillo para fazer a produção e a música ganhou arranjo do Antonio Neves, o qual é o carioca meio gênio que faz os metais. Nessa troca surgiu a ideia de lançar vários singles que no final se transformam em um LP. Leo adorou a proposta, que tem um formato na linha do que os Beatles fizeram. E foi assim. Digo que ser talentoso é só uma parte do trabalho e o Leo é bom em tudo, ele sabe jogar junto.”, declara Marcus.
The Singles será o segundo disco do artista.
Seu disco de estreia, Camaleão, lançado em 2021, contou com uma regravação de Meu Sangue ferve por Você, que ganhou vida como música tema na novela Cara e Coragem da Globo naquele mesmo ano.
“O burburinho do Meu Sangue Ferve me mostrou o caminho que eu gostaria realmente de seguir. Larguei o violão de nylon e comecei a me aventurar nas batidas e grooves dos anos 80. O resultado é esse que vocês vão ver nos singles”, afirma.
Leo conta que havia muito tempo que estava sentindo a necessidade de parar e pensar o que o artista Leo Quintella gostaria de ser e de dizer.
“Esse é o trabalho que melhor representa a minha nova fase. 80tera, dançante, arranjos estilo Lincoln Olivetti. É a lapidação da minha estética que vem sendo construída desde 2016”, declara.
Escute a música abaixo:
