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Jup do Bairro lança EP inédito via Natura Musical

in.corpo.ração com produção de CyberKills e participações especiais de Edgar e Mateus Fazeno Rock desenvolve narrativa aberta pela artista no EP anterior.

Capa do EP in.corpo.ração de Jup do Bairro.

A multiartista Jup do Bairro lançou na última sexta-feira (7), via Natura Musical, seu novo EP, in.corpo.ração,nas principais plataformas digitais.

Com produção musical de Jup em parceria com o duo CyberKills, o projeto traz as participações especiais de Edgar e Matheus Fazeno Rock.

A direção de arte é de Gabe Lima, que junto à artista elaborou uma capa para cada canção, além da capa do próprio EP em si.

O novo EP conta com cinco faixas, nesta ordem: sinfonia do corpo (in.corpo.ração); lave sua boca (suja) quando for falar de mim; não vou mais chorar nem me lamentar, feat. Edgar & Mateus Fazeno Rock; espero que esse samba te encontre bem e mulher do fim do mundo.

Apenas uma delas não foi escrita por Jup do Bairro: a mulher do fim do mundo, composta por Alice Coutinho e Rômulo Fróes e eternizada na voz de Elza Soares, mas que agora ganha uma versão inédita e totalmente reinventada por Jup.

“Regravar uma canção que ficará sempre como sinônimo de Elza Soares foi um desafio e tanto, mas acima de qualquer coisa, foi a homenagem mais genuína e especial que já fiz para ela. Decidi incluir este clássico em meu EP como um agradecimento e também celebração pessoal à Elza, uma mulher que sempre esteve à frente de seu tempo. Elza escancarou caminhos para que artistas como eu pudessem cantar, então sigo sua trilha, refazendo-a dentro de minha estética, mas sabendo que só um hoje porque antes houve um começo de tudo lá atrás. E quem começou foi Elza”, sinaliza Jup.

O show de lançamento de in.corpo.ração (Jup do Bairro convida MU540 e Urias — Casa Natura Musical) está marcado para o dia 28 de junho, na Casa Natura Musical, em São Paulo–SP, com Urias e Mu540 de atrações convidadas.

Mais informações sobre ingressos, horário de abertura da casa e afins, acesse o site do evento.

O EP

in.corpo.ração nasce de uma pesquisa reflexiva de Jup para além do corpo e marca a sequência narrativa de CORPO SEM JUÍZO (2020), seu EP de estreia solo.

Nesta nova fase, Jup se debruça num trabalho musicalmente eclético, que parte de uma variedade de subgêneros oriundos da música eletrônica brasileira, techno, house e funk, entre outros, e o rap como base e, ao mesmo tempo, que entende este álbum como pop.

“Já flertava muito com esses ritmos todos em minha trajetória, mas agora me lanço numa aventura sonora totalmente inédita, com produção dos CyberKills, que assumem a produção e dividem a direção musical comigo”, aponta Jup.

“O funk é muito presente nesse cenário, mas ousaria dizer que sua sonoridade nasce em um ‘baile punk de favela’ e, principalmente, me volta bastante às influências encontradas na noite paulistana contemporânea. A Mamba Negra, o Baile da DZ7, as ballrooms espalhadas por toda a cidade. Queríamos criar um repertório que comunicasse de uma forma objetiva, mas criativamente, sob a trilha sonora que consumimos”, completa a artista sobre o leque estético que compõe a sonoridade de in.corpo.ração na totalidade.

Entre as referências mais diretas absorvidas por Jup durante o processo criativo deste EP, ela cita Deize Tigrona, Tati Quebra-Barraco, Leci Brandão, Alcione e Elza Soares, cujo clássico Mulher do Fim do Mundo ela reinterpreta no novo EP.

Produtores como MU540, Bonekinha Iraquiana, BADSISTA, EVEHIVE, YKYMANI, DJ Bassan, DJ Caio Prince, FUSO! e o próprio CyberKills também estão nesta lista criativa de Jup.

Em relação aos temas elaborados por Jup do Bairro em in.corpo.ração, a artista contextualiza:

“Estive trabalhando nas composições nos últimos tempos e acredito que as letras se interligam ao presente, mas de uma forma atemporal. Em 2019, lancei uma campanha de financiamento coletivo levantando as provocações ‘o que pode um corpo sem juízo?’ e ‘o que pode seu corpo?’. Sob as afirmações do filósofo Spinoza, as possibilidades de um corpo vão para além do que se pode pensar sobre religião, política e filosofia. Nascia em CORPO SEM JUÍZO, que na minha leitura é corpo como potência capaz de subverter a cultura e a natureza como não determinantes, mas sim como espaço de invenção e de erupção de outras possibilidades de vida. É uma extensão de mim, de minha mente, mas se antes perguntei o que podia um corpo, hoje me pergunto o que não pode e o porquê. É maravilhosamente melancólico, terrivelmente dançante, fabuloso e contraditório”, revela a compositora.

Participações especiais

não vou mais chorar nem me lamentar, é a terceira faixa do EP e é nela que aparecem as duas únicas participações especiais de in.corpo.ração: o artista multimídia paulista Edgar e o músico, cantor e compositor cearense Mateus Fazeno Rock.

“Existem artistas que me fazem sentir porosa ao primeiro instante em que entro contato com suas obras e com Edgar e Mateus Fazeno Rock foi exatamente assim. Edgar é um amor antigo, mais de 10 anos que aprecio e me reconheço em sua mente inquieta, como a minha. Música, performance, cinema, moda e todas as possibilidades do fazer ‘arteiro’ pelas quais ele já transitou, me excitam. É o tipo de pessoa que eu quero construir e imortalizar algo junto, não poderia ser diferente”, continua Jup.

“Já o Mateus Fazeno Rock eu conheci em 2020 devido ao Rolê nas Ruínas, seu disco de estreia. Desde lá, ele se tornou um dos meus artistas favoritos de todos os tempos. Suas composições, sonoridade e a atitude rockstar me cativam a cada momento. Sem contar que ele é uma pessoa doce, daquelas que queremos estar ao lado sempre. Participei do impecável segundo disco dele, Jesus Ñ Voltará, de 2023, mas para mim ainda não era o bastante. Quando compus minha parte de não vou mais chorar nem me lamentar inevitavelmente pensei em juntar os dois nessa faixa, como um dream team dos meus artistas favoritos. Fiz uma guia, apresentei para eles, que toparam. Ainda no ano passado, apresentamos essa música em um show e foi astronômico! Agora esse encontro está registrado para a eternidade”, comenta Jup.

O que vem por aí?

in.corpo.ração é apenas o meio do caminho de um 2024 que ainda promete muitas novidades de Jup do Bairro.

Para suas “xerosas”, apelido carinhoso que ela deu à sua base de fãs, Jup reflete que este EP é um novo e determinante passo para uma mudança de era, que ela espera surpreender e, ao mesmo tempo, acolher ainda mais, a quem já a admira e a quem ainda não a conhece tanto assim.

“Esse é mais um convite às pessoas a embarcarem em uma viagem-tempo comigo. A possibilidade de se encontrarem com elas mesmas, de revisitar seu passado e ver o que precisa deixar lá e o que se traz para o agora. Enxergar o futuro como uma construção do presente, com o que se pode, com o que se tem. Incorporar suas ideias, vontades e se deixar tomar conta. O juízo final é agora e não quero assistir minha vida passar”, celebra Jup do Bairro.

Jup do Bairro foi selecionada por Natura Musical, no Edital 2022, ao lado de nomes como III Mostra Pankararu de Música, Amazônia Negra, Billy Saga, Elisa Maia, Favela Talks, Festival de Música Kariwa Bacana, Kaê Guajajara e Labverde.

Ao longo de 18 anos, Natura Musical já ofereceu recursos para mais de 600 projetos, entre nomes consagrados como Emicida, Russo e Antônio Carlos e Jocafi, Dona Onete e João Donato; artistas em ascensão como Linn da Quebrada, Rico Dalasam; e projetos de registro e fomento de cenas, como Os Tincoãs e Mostra Pankararu de Música.

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