Written by 10:10 Matérias do Folk, Saúde, moda e bem-estar Views: 2

Anticoncepcionais podem reduzir risco de câncer de ovário

Estudo revela queda de até 43% no risco do câncer, mas médica alerta para avaliação personalizada de cada paciente antes de tomar anticoncepcionais.

Imagem ilustrativa de mão de mulher segurando pílulas anticoncepcionais em fundo rosa.

Um estudo recente da Universidade do Sul da Austrália, publicado no International Journal of Gynecological Cancer, revelou que o uso de pílulas anticoncepcionais está associado a uma redução significativa no risco de câncer de ovário.

O estudo, que utilizou técnicas avançadas de análise de dados para examinar informações de mais de 221 mil mulheres do UK Biobank, identificou que aquelas que já usaram contraceptivos orais apresentaram um risco 26% menor de desenvolver a doença.

Para mulheres que interromperam o uso após os 45 anos, a redução do risco foi ainda mais expressiva, chegando a 43%.

Alexandra Ongaratto, médica especializada em ginecologia endócrina e climatério e Diretora Técnica do Instituto GRIS, o primeiro centro clínico ginecológico do Brasil, comenta que “esses dados reforçam o que já observamos na prática clínica: o uso de contraceptivos orais pode ter um efeito protetor contra o câncer de ovário. No entanto, é fundamental que cada paciente seja avaliada individualmente, considerando seu histórico de saúde e fatores de risco”.

Câncer de ovário no Brasil

No Brasil, o câncer de ovário é conhecido por sua alta taxa de mortalidade, sendo frequentemente diagnosticado em estágios avançados devido à ausência de sintomas específicos.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados cerca de 6.650 novos casos por ano no país.

A médica destaca a importância da conscientização, “é essencial que as mulheres estejam cientes dos benefícios e riscos associados ao uso de anticoncepcionais. A decisão sobre o método contraceptivo deve ser tomada em conjunto com o médico, considerando não somente a prevenção da gravidez, mas também os efeitos a longo prazo na saúde”.

Além dos anticoncepcionais orais, outros fatores também podem influenciar o risco de câncer de ovário.

A gravidez e a amamentação, por exemplo, estão associadas a uma redução no risco da doença, por outro lado, a infertilidade e a ausência de filhos podem aumentar esse risco.

Relação da pílula com câncer no ovário

A pesquisa australiana também sugere que a supressão da ovulação, proporcionada pelos contraceptivos orais, pode ser um dos mecanismos responsáveis pela redução do risco de câncer de ovário.

A teoria é que cada ovulação provoca uma pequena inflamação no ovário, e a redução do número de ovulações ao longo da vida poderia diminuir o risco de mutações celulares que levam ao câncer.

“É importante lembrar que, embora os anticoncepcionais possam oferecer benefícios adicionais, eles também têm contraindicações e possíveis efeitos colaterais. Por isso, a escolha do método contraceptivo deve ser sempre personalizada e orientada por um profissional de saúde”, conclui Alexandra.

O estudo destaca a necessidade de mais pesquisas para entender completamente os mecanismos pelos quais os contraceptivos orais influenciam o risco de câncer de ovário e reforça a importância de estratégias de prevenção personalizadas para as mulheres.

(Visited 2 times, 1 visits today)
Close