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A aprovação da fusão entre Petz e Cobasi pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), marca um novo capítulo no mercado pet brasileiro, com a criação de uma gigante do setor avaliada em mais de R$ 8 bilhões.
O negócio une as duas maiores varejistas do país e deverá impactar toda a cadeia, da indústria aos pequenos prestadores de serviço.
A decisão do Cade foi unânime e sem restrições, consolidando o nascimento de um grupo com mais de 370 lojas e presença em 24 estados.
Essa operação também envolve ativos digitais e plataformas de saúde e bem-estar animal, como clínicas e centros de estética.
A movimentação reflete a tendência de consolidação no setor pet, que movimentou R$ 60 bilhões em 2023, segundo dados da Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação).
Para André Faim (foto principal), empresário e investidor no setor, fundador da Lobbo Hotels e da plataforma Trabalhe pra Cachorro, o avanço das grandes redes representa um marco de profissionalização, mas também levanta questões para os pequenos negócios.
“A fusão cria uma força de mercado com alto poder de negociação e capilaridade. Isso pode pressionar os pequenos operadores a elevarem seu padrão de serviço para sobreviverem e se diferenciarem”, afirma.
Faim, que lidera negócios voltados à hospedagem, socialização e formação de profissionais do setor, defende que o momento exige adaptação e foco na experiência do cliente.
“O tutor busca confiança, atendimento personalizado e profissionais qualificados. É nesse ponto que empresas menores ainda conseguem competir. Mas é preciso sair da informalidade e investir em gestão, capacitação e inovação”, pontua.
A fusão ocorre em um contexto de intensa transformação do setor.
A Lei n.º 14.849/2024 — conhecida como Lei Joca — aprovada após a morte de um cão durante transporte aéreo, também tem repercussões no setor varejista e nos serviços vinculados.
Ela trouxe maior rigor na regulação do transporte de pets, exigindo infraestrutura adequada e treinamento das equipes, impactando redes diretamente com atuação omnichannel que operam lojas físicas, e-commerce e centros logísticos.
Para especialistas em empreendedorismo, o movimento pode acelerar o reposicionamento estratégico de marcas de nicho e startups do setor pet.
A personalização de serviços, a oferta de produtos premium, a integração com tecnologias de monitoramento e inteligência artificial, e a criação de comunidades de tutores são algumas das frentes de diferenciação possíveis.
“O mercado pet não será o mesmo depois dessa fusão”, avalia Faim.
“É uma oportunidade para quem quiser inovar com foco em qualidade, bem-estar animal e relacionamento de longo prazo com o cliente. O tutor está mais exigente, e é justamente aí que as pequenas marcas podem construir valor.”
A nova empresa, que ainda terá sua marca unificada definida nos próximos meses, pretende manter o modelo de multicanalidade e ampliar os investimentos em tecnologia e serviços de saúde veterinária.
Para os empreendedores do setor, o recado é claro: ou se qualifica, ou perde espaço.
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