Crédito da foto principal: Divulgação
Como viver plenamente em tempos de turbulência?
O desafio atravessa séculos, mas se torna ainda mais urgente diante de um mundo marcado por crises políticas, ambientais e existenciais.
Sementes de sagacidade, lançamento da Editora Unesp, propõe essa reflexão por meio da voz de Edgar Morin — um dos mais influentes pensadores do século XX e referência incontornável em diversas áreas das ciências humanas.
Aos 104 anos, Morin reúne neste livro breves reflexões semelhantes a epigramas que sintetizam sua trajetória intelectual.
Com estilo conciso, ele nos convida a repensar os rumos da humanidade a partir de temas como o amor, o conhecimento, a tecnologia, a natureza e a guerra, compondo um verdadeiro mosaico da condição humana.
A obra parte de uma pergunta essencial: como resistir ao desencantamento e preservar a potência humana?
Longe de apresentar respostas prontas, o autor semeia dúvidas férteis e traça caminhos para um humanismo renovado, sensível às incertezas do presente e aberto às possibilidades do futuro.
Seu pensamento, transdisciplinar por excelência, se manifesta aqui em forma lírica, quase aforística, com um olhar simultaneamente crítico e afetuoso sobre a vida.
Autor de obras fundamentais como O Método e A Via, Morin se consagrou como um intelectual que recusou compartimentos rígidos entre as áreas do saber.
Em Sementes de sagacidade, essa abertura se traduz em um convite: cultivar o “pensamento complexo”, acolher o paradoxo e espalhar ideias que, como sementes, possam criar raízes transformadoras.
“Gostei de encontrar fórmulas e trocadilhos que tocassem a mente das pessoas. Um número crescente de seguidores me incentivou a isso. Algumas reações de ódio, insensatas ou desdenhosas, não me desencorajaram. É esperado que qualquer pessoa mais ou menos pública seja amada por amigos desconhecidos e odiada por inimigos desconhecidos”, escreve Morin, ao que acrescenta:
“E aqui estão minhas sementes a serem levadas pelos novos ventos da literatura, com a esperança de que encontrem solos favoráveis onde possam criar raízes.”
Ao leitor, cabe regá-las com atenção, sensibilidade e coragem.
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