O Museu Bispo do Rosário lançou no último sábado, 18 de maio, uma nova exposição com as obras de Arthur Bispo do Rosário.
Intitulada Um muro no fundo da minha casa, a mostra individual reúne mais de 100 obras de Bispo, e marca as celebrações da data do Dia Nacional da Luta Antimanicomial, do Dia Internacional dos Museus, ambos no dia 18 de maio, e faz parte das atividades de 100 Anos da Colônia Juliano Moreira.
Arthur Bispo do Rosário viveu por mais de 50 anos na Colônia Juliano Moreira e reuniu, através do bordado, da costura, do entalhe e da junção de diferentes materiais, um inventário que representasse o mundo para apresentá-lo a Deus.
Ao nos depararmos com o muro no fundo da casa de Bispo, somos levados a pensar em nossas próprias relações com o habitar e seus sentidos.
Percorrer o caminho trilhado por Bispo nesta exposição é se deixar levar a lugares de afeto, relações de pertencimento e questionamentos sobre patrimônio e territorialidade.
Afinal, quem tem direito de construir um lar todo seu?
Sem respostas prontas, a obra e trajetória de Bispo do Rosário nos colocam perguntas e criam novos contornos para discussões ainda pertinentes.
Para a curadora do Museu Bispo do Rosário, a exposição “traz uma nova concepção curatorial sobre as obras de Arthur Bispo do Rosário, pensando em como o seu legado pode ativar discussões ainda tão presentes no nosso cotidiano”, afirma.
“Nessa mostra, refletimos sobre as consequências das políticas manicomiais na vida da população, levantando questões sobre o direito de habitar e pertencer, principalmente no território da Colônia Juliano Moreira, cuja institucionalização completa 100 anos em 2024”, completa.