Em 2050, o número de pessoas com mais de 60 anos chegará a dois milhões, o que representará cerca de um quinto da população mundial, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Em meio a essa transformação, surge a necessidade de repensar o conceito sobre o envelhecimento.
Mario Sergio Cortella e Terezinha Azerêdo Rios propõem uma abordagem filosófica e crítica para tratar desse tema no livro Vivemos mais! Vivemos bem? Por uma vida plena (leia uma amostra mais abaixo), publicado pela editora Papirus 7 Mares.
Em 11 capítulos, eles partilham questões como a ditadura do relógio, planos e qualidade de vida na maturidade.
Uma questão bastante urgente debatida pelos autores é o fenômeno do etarismo, a discriminação e o preconceito em relação à idade.
Cortella reconhece que existe uma desvalorização dos idosos e que ela é mais evidente na cultura ocidental contemporânea, influenciada pelo produtivismo, que subestima as contribuições e as capacidades dos mais velhos.
Rios complementa a discussão ao ressaltar a necessidade de uma instrução crítica e emancipatória para combater o etarismo.
Ela destaca que os idosos são frequentemente desconsiderados, refletindo uma subvalorização dos direitos fundamentais que pertencem a todos os seres humanos.
Para a especialista, a educação desempenha um papel fundamental na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.
“Na nossa cultura, o velho vale menos. E o que significa valer menos? Ser olhado de uma maneira que despreza os direitos que ele tem como ser humano”, comenta a filósofa.