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Núcleo Teatro de Imersão adapta clássico italiano em SP

A peça Personagens Em Busca de um Autor leva o público a circular por diversos ambientes das casas de cultura do Butantã e na Freguesia do Ó.

Foto do espetáculo Personagens Em Busca de um Autor.

O texto Seis personagens à procura de um autor, de Luigi Pirandello (1867–1936), estreou na Itália em 1921 e, desde então, tornou-se um clássico.

O texto conta a história de um ensaio teatral invadido por personagens que, após terem sido rejeitados pelo autor que os criou, tentam convencer o diretor da companhia a encenar sua história de vida.

No início, o diretor se irrita com a interrupção do ensaio, mas, gradualmente, começa a demonstrar interesse pela história dos personagens e decide encenar seu drama, utilizando-se, para isso, dos atores da companhia.

Os personagens, entretanto, não aceitam a maneira como sua história está sendo apresentada e procuram assumir, eles mesmos, seus papéis em sua tragédia pessoal.

A peça discute questões metalinguísticas, dentre as quais as diferentes formas de fazer teatro, a representação, a ilusão e o embate entre ficção e realidade, pessoas e personagens, verdade e verossimilhança, por meio de um enredo extremamente cativante que mistura duas histórias: a história do ensaio interrompido pelos personagens e a tragédia que os personagens querem contar.

Nessa montagem do Núcleo Teatro de Imersão, as histórias são apresentadas de forma imersiva, interativa e itinerante.

O espaço teatral é agora não somente um teatro que abriga um espetáculo, mas o próprio local em que se passa a ação ficcional, inteiramente remodelada para acontecer nesse espaço.

Imerso nesse cenário, o público, desde sua chegada, interage com o elenco, sendo convidado a opinar sobre as escolhas de direção, a ajudar a montar o cenário, a escolher o figurino, a responder questões colocadas pela diretora e pelos personagens.

Na tentativa de apresentar a tragédia trazida pelos personagens, estes, acompanhados pelos espectadores e pelos atores, circulam por diversos ambientes da casa: palco, plateia, corredores, salão e até a coxia e o camarim, áreas que, habitualmente, não podem ser acessadas pelo público frequentador da casa.

Nesses deslocamentos, o público terá a oportunidade de determinar sua própria perspectiva de visualização e escuta da cena, aproximando-se ou afastando-se de determinando elemento ou personagem.

Por tudo isso, a produção recomenda que os espectadores vão com calçados confortáveis.

Este é o primeiro projeto do Núcleo Teatro de Imersão apresentado num teatro.

A companhia, especializada em teatro imersivo, atua desde 2017, tendo apresentado seus espetáculos anteriores em diversos casarões paulistanos, como a Casa das Rosas, o Casarão da Vila Guilherme e a Oficina Cultural Oswald de Andrade.

“Sempre escolhemos espaços específicos para a trama”, conta a diretora Adriana Câmara.

“As histórias dos nossos espetáculos anteriores aconteciam em antigas casas de família, por isso, circulávamos com as peças entre os diversos cômodos dos casarões históricos que nos abrigavam, cenografados realisticamente como salas de jantar, salas de estar, quartos, escritórios. Pela primeira vez, estamos encenando uma trama que realmente acontece num teatro. Por isso, adaptamos o texto para os espectadores poderem vivenciar esse espaço em toda a sua complexidade: das áreas abertas ao público aos bastidores restritos às equipes técnicas e artísticas”.

O espetáculo fará duas apresentações em abril de 2024: uma no domingo, 14/4, às 18h, na Casa de Cultura Butantã; e outra no sábado, 20/4, às 20h, na Casa de Cultura Freguesia do Ó.

Essas apresentações têm realização da Prefeitura da Cidade de São Paulo através da Secretaria Municipal de Cultura.

No vídeo abaixo, a diretora Adriana Câmara explica como funciona o espetáculo:

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