Quatro homens e uma mulher, de diferentes idades, porém com um mesmo diagnóstico, o de esclerose múltipla, vão encarar a 38º Maratona de Porto Alegre no dia 4 de junho.
Batizado de 5 por 50 mil, o projeto idealizado por Gildo Afonso (foto principal), paciente e um dos participantes que em cinco anos foi da cadeira de rodas ao Ironman, terá como ponto de partida a capital gaúcha.
Serão 42 km que cada um vai percorrer, em seus diferentes ritmos, sob as baixas temperaturas da época, com a missão de trazer esperança para o mundo, mostrando que é possível ter vida após um diagnóstico como este.
O autor do projeto (Gildo Afonso) ressalta que eles representarão nessa prova não só aquelas pessoas com o diagnóstico de Esclerose Múltipla, mas todos que sofrem ou já sofreram alguma deficiência, receberam um resultado inesperado e precisam de esperança.
“Só quem passou por um momento desses sabe o quanto é difícil se reerguer, a nossa missão é mostrar para o mundo que é possível ter uma vida após o diagnóstico, é correr por aqueles que ainda não podem, é lutar por uma causa muito maior”, afirma.
Segundo ele, “todos nós viramos atletas após o diagnóstico, vivíamos nossas vidas até que um dia perdemos um movimento, a visão ou até mesmo precisamos de uma cadeira de rodas”.
Mediante isto, o que podia ser o fim da linha, se tornou um obstáculo a ser superado e, contrariando todo um prognóstico negativo da doença, os integrantes do grupo ousaram sonhar alto e tentar o esporte como ferramenta de transformação.
Com o lema Hoje é um péssimo dia para desistir, Gildo, por exemplo, foi notícia nacional de superação ao completar a prova do Ironman em 2022, tornando-se o brasileiro com Esclerose que realizou este feito.
A escolha do nome e o projeto 5 por 50 mil
Ao batizar o desafio como 5 por 50 mil, Gildo explica que foi pelo fato da Esclerose Múltipla (EM), uma doença autoimune degenerativa que afeta o sistema nervoso central e que pode causar diversos sintomas, como fadiga intensa, depressão, fraqueza muscular, dificuldade de coordenação, visão duplicada, entre outros, afeta principalmente jovens adultos e é mais comum em mulheres do que em homens.
No Brasil, estima-se que cerca de 50 mil pessoas tenham EM.
Os participantes
Agenor Netto
Diagnosticado em 2010, o baiano de 49 anos realizou a sua 1ª maratona no Rio de Janeiro oito anos após receber o diagnóstico de EM.
Hoje, com 15 maratonas e oito ultramaratonas no currículo, Agenor segue inspirando pessoas com seu lema “esclerose múltipla, bote pra correr”.
Amanda Peniche
Aos 32 anos, a curitibana se descreve como uma veterinária que cuida de gente, mãe de bicho e portadora de EM desde 2022.
Fez sua 1ª maratona ainda em 2022, em Curitiba.
Para ela, correr significa que “desistir não é, e jamais será, uma opção”.
Antônio Salimen
Ele tem 37 anos e foi diagnosticado em 2020.
Após se recuperar de cinco surtos clínicos, correu sua 1ª maratona em 2022, em Porto Alegre.
Além disso, o gaúcho pretende realizar um Ironman em 2025.
Gildo Afonso
Com 29 anos, Gildo é o 1º brasileiro com EM a realizar uma prova de Ironman, uma das competições de triátlon mais desafiadoras do mundo.
Diagnosticado em 2017, o idealizador do 5 por 50 mil já esteve confinado a uma cadeira de rodas devido à progressão da EM.
Hoje, o rondoniense reside em São Paulo, onde trabalha como palestrante motivacional e vive sob o lema Hoje é um péssimo dia para desistir.
Rayan Sartori
Aos 29 anos, o advogado curitibano busca, por meio do esporte, superar o diagnóstico recebido e inspirar pessoas.
Sua 1ª maratona será em Porto Alegre.