No dia 13 de março, às 19h45, o pianista curitibano Estefan Iatcekiw volta ao Teatro Positivo para o lançamento de seu primeiro disco solo, Destiny, com obras do compositor russo Sergei Rachmaninov.
O concerto une o prodígio brasileiro ao legado do pianista russo e é o primeiro de uma série de espetáculos que vão celebrar os 15 anos do teatro.
Aos cinco anos, Estefan pediu um piano de presente para a mãe.
“Eu preciso de um piano, mamãe”, ele disse, por detrás das covinhas que emolduravam seu sorriso tímido e loiro.
A mãe, Josiane, que trabalhava como vendedora de automóveis e nada sabia sobre música, acabou comprando um pequeno teclado, que era o que podia fazer pelo filho à época.
Aos 13, após estudar com um professor que era amigo da família e, mais tarde, conquistar o coração da professora russa Olga Kiun, ele venceu outros 1,7 mil pianistas de todo o mundo e ganhou o Concurso Prelúdio, da TV Cultura, recebendo como prêmio uma bolsa de estudos no Conservatório Franz Liszt, na Hungria.
Seus sonhos, porém, eram ainda maiores, e ele abriu mão dessa bolsa para disputar uma vaga no Conservatório de Moscou, na Rússia, onde começou a cursar o bacharelado em piano clássico com apenas 15 anos.
Arrebatado pela vida e carreira de Sergei Rachmaninov, que viveu entre os séculos XIX e XX, o curitibano de apenas 19 anos é considerado, atualmente, um dos melhores intérpretes da obra de seu ídolo que, há mais de um século, frequentou as salas do mesmo conservatório de Moscou.
Cursar o bacharelado no conservatório sempre foi mais que um sonho, sendo um objetivo.
Desde que começou a se dedicar ao piano, o curitibano pensava na capital russa.
Com um currículo extenso e invejável, ele coleciona prêmios dentro e fora do Brasil.
Conquistou, por exemplo, o 1.º lugar no IV International Rachmaninov Piano Competition for Young Pianists, na Alemanha, quando tinha dez anos.
Aos 18, foi premiado e laureado no Primeiro Concurso Rachmaninov, na Rússia, em 2022.
Foi considerado, ainda, o melhor intérprete do brasileiro Villa Lobos e premiado no Concurso Internacional Cidade de Vigo, na Espanha.
Sua técnica e seu talento arrastam multidões e encantam plateias de todo o planeta.
De volta para casa
Para o diretor da UP Experience (UPX), Eduardo Faria, esse é mais um passo na longa jornada que Estefan e o Teatro Positivo somam.
“É uma honra saber que estamos abrindo as comemorações de 15 anos do teatro com o pianista mais jovem da história a ser aceito em um dos conservatórios mais prestigiados do mundo. Ao longo dos anos, passamos a fazer parte da história desse brilhante músico e temos muito orgulho desse vínculo”, afirma.
Não é a primeira vez que o palco do Teatro Positivo recebe o talento de Estefan.
Quando saiu do Brasil para começar sua história na Rússia, um de seus concertos de despedida foi justamente ali, no maior teatro do Paraná.
Destiny é composto por duas sonatas: a Piano Sonata No. 1 in D Minor, Op. 28 I. Allegro moderato; II. Lento; e III. Allegro molto, e a Piano Sonata No. 2 in B-Flat Minor, Op. 36 (versão de 1913) I. Allegro agitato; II. Non allegro – Lento; e III. L’istesso tempo – Allegro molto.
“É o primeiro CD com as obras desse grande compositor russo do período romântico tardio da música clássica. Estou me especializando nas obras de Rachmaninov e tive o prazer e a responsabilidade de gravar as duas sonatas que ele compôs”, conta o brasileiro.
O concerto de Estefan Iatcekiw faz parte da série Clássicos Positivo, que reforça o posicionamento do Grupo Positivo enquanto incentivador da cultura e da arte no Paraná.
Conforme o presidente da Positivo Educacional, Lucas Guimarães, o Grupo Positivo escolheu investir na promoção da música clássica como principal foco na área cultural.
“Poucas expressões artísticas demandam tanta virtuosidade e perfeição técnica quanto a música clássica. Apreciar um grande concertista como o Estefan, é ser inspirado por seu exemplo de dedicação, disciplina e sensibilidade singular. Além de inspirar pela virtude de intérpretes e pela genialidade de compositores, a música clássica demanda alguma medida de concentração e contemplação do ouvinte. Em um mundo cada vez mais acelerado, em que somos bombardeados por estímulos e distrações, ouvir música clássica tem cada vez mais valor, para desenvolver senso estético e a capacidade de atenção plena, sem a qual não se constrói ou aprende nada de significativo.”.