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A importância da terapia na autonomia da pessoa com Síndrome de Down

Segundo o Projeto Down, a população de portadores da condição genética no Brasil está perto de 300 mil pessoas e a terapeuta ocupacional Syomara Cristina explica como a terapia contribui para esses PcD terem sua autonomia.

Foi-se o tempo em que nascer com Síndrome de Down era sinônimo de impedimento para uma vida cheia de realizações.

Nas últimas décadas, são inúmeros os exemplos de pessoas portadoras dessa condição genética que provaram o oposto.

Por trás do desenvolvimento de cada uma delas há familiares e o trabalho intenso de profissionais que se dedicam a estimular as habilidades individuais dos pacientes.

É o caso da terapeuta ocupacional Syomara Cristina, que tem mais de 30 anos de experiência no tratamento e reabilitação de pacientes, ao lembrar que no dia 21 de março é comemorado o Dia Internacional da Síndrome de Down.

A data faz referência aos três cromossomos no par 21, que caracteriza a condição genética diferenciada.

A escolha da data foi uma proposta do Brasil e aprovada pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2011.

“A Síndrome de Down se caracteriza pelo desenvolvimento um pouco mais lento das funções motoras e das funções intelectuais. No entanto, apesar de alguns aspectos em comum, cada indivíduo se difere e vai apresentar um padrão distinto de desenvolvimento”, explica.

No Brasil, segundo o Projeto Down, única entidade brasileira totalmente financiada pela iniciativa privada e que se dedica ao tema, estima-se que, entre crianças, adolescentes e adultos, o país tenha uma população de portadores da condição genética próxima a 300 mil pessoas.

Preparando para a vida adulta

A entrada no mercado de trabalho é uma etapa importante na vida de um jovem, pois marca a transição para a vida adulta.

Para as famílias dos pacientes com Down, essa fase é ainda mais desafiadora, apesar da garantia legal da abertura de vagas para colaboradores com deficiência.

E é possível garantir a autonomia necessária para a rotina diária, inclusive no trabalho, mas, para isso, é preciso que o processo de estimulação aconteça desde cedo.

A boa notícia é que a terapia ocupacional contribui para garantir a autonomia do portador da síndrome e pode auxiliar as famílias a preparar a pessoa para uma vida produtiva, com independência, inclusive financeira.

“A terapia ocupacional colabora muito para o desenvolvimento e o processo de estimulação. As atividades trabalham as habilidades motoras, sensoriais e cognitivas”, completa Syomara, destacando que essas habilidades são essenciais para a autonomia.

“Podemos desenvolver as competências de motricidade global, tais como andar, correr, saltar e se equilibrar”, destaca.

Segundo a terapeuta, é um processo que começa nos anos iniciais de vida e que culmina nas atividades da vida diária após adulto.

“A terapia ocupacional é fundamental para dar a autonomia necessária ao portador da síndrome. As atividades melhoram a rotina diária, como vestir, tomar banho, alimentar-se, escovar os dentes e até na retirada da fralda”, exemplifica.

A terapia ainda contribui para as competências cognitivas, melhorando a concentração e a memória, um conjunto de habilidades necessárias para que o portador da Síndrome de Down tenha uma vida com autonomia.

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